01/11/11 17h36

OrbiQuímica turbina mercado de silicone com fábrica de R$ 12 mi

Brasil Econômico

Empresa de Leme (SP) investe no insumo usado em adesivos e selantes para atender indústria automotiva e construção civil

A Orbi Química vai injetar silicone industrial no mercado brasileiro, de olho no crescimento da indústria automotiva e do setor de construção civil. A empresa investe R$ 8 milhões até março na construção de uma fábrica da matéria-prima empregada por ela para produzir selantes usados como adesivos em esquadrias metálicas e na vedação de motores de carros.

A unidade será instalada em Leme, cidade a cerca de 190 quilômetros de São Paulo, onde a Orbi inicia neste mês a instalação de máquinas e equipamentos em prédio de 4 mil metros quadrados. “O investimento total é de mais de R$ 12 milhões. Pouco mais de R$ 4 milhões foram investidos nas obras estruturais”, afirma o diretor-geral Mário Lapietra.

Segundo o executivo, a unidade deve atender a demanda da Orbi com produção de 4 mil toneladas por ano. A empresa comercializa hoje cerca de 200 mil cartuchos de 280 gramas e 600 mil bisnagas com 50 gramas de selantes. A produção própria permitirá à empresa atender a demanda de concorrentes. “Essa fábrica terá capacidade de atender com folga a nossa necessidade atual e o crescimento nos próximos anos.”

A investida é parte do plano da Orbi para brigar pelo fornecimento da matéria-prima com gigantes do silicone como 3M, Dow Corning e Rhodia. A empresa do interior paulista compra hoje dessas empresas o óleo de silicone industrial que serve de base para fabricar os selantes. “Agora, vamos produzir o silicone que hoje importamos e envazamos”, diz Lapietra.

Foco em construção
Apesar do plano ousado da marca com apenas cinco anos de existência, o grande passo da Orbi com o silicone próprio será bater na porta das construtoras para oferecer os selantes. Aposta que demanda estrutura melhor de produção por envolver volumes maiores. Hoje, ela atende o setor por meio de distribuidores de material de construção. “A capacidade de produzir silicones estruturais vai permitir vender diretamente para as construtoras”, indica o diretor.

A linha de produtos à base de silicone responde hoje por 30% do faturamento de R$ 46 milhões em 2010. “Nosso projeto é dobrar o tamanho da empresa a cada três anos. Isso significa uma taxa de crescimento médio de 30% ao ano, que acontece com ganhos de produtividade por funcionários que permitem gerar faturamento para novos investimentos”, avalia.

A empresa atua também no mercado de aditivos de combustíveis e desingripantes de motores com as marcas WD40 e White Lub (leia mais ao lado). A divisão recebeu recentemente R$ 4 milhões em melhorias. A empresa tem 90 funcionários e pretende contratar mais 15 para o núcleo de silicone. O foco no crescimento para se manter no setor, segundo diretor, é incentivar a criatividade para desenvolver produtos. “Não são os grandes que engolem os pequenos. São os rápidos que engolem os lentos”, observa Lapietra.

White Lub
A Orbi Química comprou, há oito anos de um ex-funcionário da White Martins, a marca de óleo White Lub para limpeza de motores. No primeiro mês de produção, vendeu apenas 3 mil unidades do desingripante. “A marca estava praticamente aniquilada no mercado”, conta o diretor-geral Mário Lapietra.

A empresa investiu na reestrutura na marca, agora líder no Norte e Nordeste. “Hoje, vendemos de 500 a 600 mil unidades por mês”, diz o executivo, ressaltando que a meta é atingir 1 milhão em 2012.

Passo que incluiu adotar o óleo vegetal como matéria-prima, apesar do custo maior que o mineral a base de petróleo. "Compramos óleo de mamona, girassol, soja ou palma, que esterificamos”, explica.

O produto chegou ao mercado há dois anos, como parte da estratégia para atingir mercados mais nobres. “Ter um produto ecologicamente correto nos permite acessar setores mais seletivos, como a indústria alimentícia."

A investida é parte do plano para atuar como produtor intermediário. “Nosso objetivo é ser enquadrada como a melhor opção entre as grandes marcas como a melhor relação custo-benefício”, diz Lapietra.