07/08/13 14h27

On Telecom planeja investir R$ 500 milhões

Valor Econômico

A operadora On Telecom, que anunciou ontem o início oficial de seus serviços de banda larga no interior de São Paulo, pretende investir R$ 500 milhões em um período de até três anos para expandir suas operações. A informação foi dada por Zaki Rakib, executivo-chefe e sócio majoritário da operadora.
 
Segundo Rakib os recursos serão aplicados nas 133 cidades onde a companhia tem cobertura atualmente. De acordo com o executivo, parte do dinheiro já foi investido em infraestrutura e na compra de licenças da Agência Nacional de Telecomunicações. "Temos um plano de crescimento agressivo", disse o executivo.
 
A On Telecom foi criada em 2011, como resultado da compra da Sunrise Telecomunicações, que operava em 44 cidades no interior de São Paulo. No ano passado, a companhia gastou R$ 19 milhões para comprar licenças nas regiões de Campinas e do Vale do Paraíba.

A operadora tem investimento do Soros Fund Management, do investidor George Soros. De acordo com Rakib, o fundo começou com participação minoritária, mas vai atingir uma parcela majoritária quando concluir um aporte de US$ 150 milhões programado para os próximos três anos. A On Telecom oferece acesso à internet em banda larga sem fio usando a tecnologia TD-LTE, uma variação do padrão 4G usado pelas operadoras de telefonia celular. A empresa tem cobertura nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Campinas, além do Vale do Paraíba.

As atividades da operadora começaram em regime de testes há cerca de um ano na cidade de Itatiba. Nesse período, a companhia diz ter chegado a uma participação de mercado de 20%, o dobro da meta inicial. Hoje, a empresa tem três mil clientes nas cidades de Itatiba, Valinhos, Vinhedo e Louveira. O próximo passo será o lançamento em mais cidades na região de Campinas. As vendas do serviço começarão em setembro com pacotes para consumidores residenciais e empresas, com velocidades de cinco e dez megabits por segundo (Mbps) e preços entre R$ 99,90 e R$ 250. O valor inclui o equipamento de acesso (modem).

Segundo Rakib, o objetivo da On não é competir diretamente com as operadoras de telefonia móvel, nem com a Sky - empresa de TV paga que também tem um serviço de internet banda larga sem fio com tecnologia TD-LTE. A ideia é atender principalmente áreas que hoje não são cobertas pelas operadoras e funcionar como um complemento ao serviço delas. "Uma pessoa pode ter uma banda larga fixa em casa e um equipamento da On para usar na rua", disse.
 
De acordo com o presidente da Anatel, João Rezende, a companhia tem uma oportunidade de crescimento no interior do país, onde há pouca oferta de banda larga. Entre as possibilidades para essa expansão, Rezende destacou processos em curso na agência, como a desocupação da faixa de 700 megahertz (Mhz) e o leilão de sobras do espectro de 2,5 gigahertz (Ghz). As duas frequências podem ser usadas para oferecer serviços com a tecnologia TD-LTE. Rezende participou do evento de lançamento da companhia, realizado ontem, em São Paulo.

Para Carlos Albuquerque, diretor de regulamentação e estratégia da On, a compra de novas licenças não está descartada, assim como a aquisição de outras empresas que operam com a tecnologia de rádio conhecida como MMDS - como era o caso da própria Sunrise. Para financiar essa expansão, Rakib disse que a On pode buscar novos investidores, ou até mesmo fazer um processo de abertura de capital.

O investimento em cobertura da On inclui a construção de uma rede de fibra óptica própria. Hoje, a companhia já tem mil quilômetros prontos. De acordo com Rakib, o objetivo é usar essa estrutura par oferecer outro tipo de serviço, a venda de capacidade de transmissão de dados para outras empresas. "Somos uma empresa de telecomunicações, não só de 4G", disse.