15/05/13 10h09

Omron investe R$ 21 milhões em componentes eletrônicos

Valor Econômico

A multinacional japonesa Omron - grupo de atuação diversificada e com faturamento de US$ 7,8 bilhões no mundo - começou a produzir componentes eletrônicos em uma nova fábrica na cidade de Vinhedo, no interior paulista, onde investiu R$ 21 milhões.

No local, a empresa vai produzir 13,7 milhões de peças por ano, entre painéis de comando e interruptores instalados no interior dos carros para o controle de uma série de funcionalidades do veículo, como ar-condicionado, vidro elétrico, travamento elétrico de portas e pisca-alerta.

Porém, de olho na produção de carros cada vez mais equipados e na chegada ao país de marcas premium - como a BMW, que se instala em Santa Catarina -, a Omron também se prepara a uma ampliação de seu portfólio para produtos de maior complexidade eletrônica. Por isso, levou para Vinhedo os mesmos processos de manufatura adotados em suas operações nos mercados desenvolvidos, o que permitirá a fabricação de uma nova gama de componentes.

Módulos eletrônicos que auxiliam o funcionamento das bombas de combustível são exemplos de produtos que, futuramente, poderão ser produzidos na unidade. "Tenho hoje três linhas de produção, mas com pequenas alterações de lay-out [da fábrica] posso acrescentar até outras duas linhas de montagem", afirma Carlos Storniolo, diretor-geral da divisão automotiva da Omron no Brasil.

O posicionamento do grupo tem em mira as oportunidades que surgirão com a evolução tecnológica dos carros produzidos no Brasil. Espera-se que as metas estabelecidas pelo novo regime automotivo para melhorar o padrão de qualidade, eficiência e segurança dos veículos brasileiros - assim como a crescente conectividade dos carros com dispositivos de comunicação móveis - levem ao uso mais intensivo da eletrônica nos automóveis. Como tecnologias de ponta nesse campo ainda não estão disponíveis no país, existe a necessidade de desenvolver a produção local.

A meta da Omron é mais do que triplicar - de R$ 60 milhões para R$ 200 milhões por ano - a receita obtida com a venda de autopeças no Brasil até 2020. A divisão automotiva do grupo chegou ao país há seis anos numa joint venture com a italiana Bitron - em fábrica que era operada pela Omron em Itapevi, na Grande São Paulo, até antes da transferência a Vinhedo.

A fábrica de Vinhedo - que ocupa metade de um terreno de 14 mil metros quadrados - opera há quase dois meses, mas a inauguração oficial será feita no dia 24 de maio, em evento com a presença do presidente global da Omron Automotiva, Katsuhiro Wada. Mais de 400 funcionários estão empregados no local.

O fácil acesso rodoviário - fator que também atrai diversas empresas de logística para a região - e a proximidade a grandes polos de produção de veículos influenciaram na escolha da cidade. A Omron fornece produtos diretamente a montadoras ou a sistemistas que abastecem fabricantes de carros. A empresa, segundo Storniolo, também será fornecedora da Nissan na fábrica que a marca japonesa está erguendo em Resende (RJ), cuja inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2014. Além do braço automotivo, a Omron tem negócios nas áreas de automação industrial e de equipamentos de cuidado com a saúde de uso doméstico, como termômetros e medidores de pressão arterial.