19/10/09 11h32

''Olimpíada vai ser um estímulo para as marcas brasileiras''

O Estado de S. Paulo

Olimpíada no Rio de Janeiro será uma oportunidade de promover o Brasil mundialmente, e transformar as marcas locais em globais, na visão do presidente mundial da agência Ogilvy, Miles Young. "A Olimpíada e a Copa do Mundo são muito importantes para o País, principalmente a Olimpíada", disse Young, que visitou São Paulo há duas semanas, para reuniões de orçamento com os responsáveis pelas operações da América Latina. Antes de assumir o comando da Ogilvy em janeiro deste ano, em Nova York, o executivo viveu 14 anos na China: "Ajudei a montar a operação chinesa e acompanhei a preparação para a Olimpíada de Pequim, do começo ao fim. Destaco a maneira com que o país e o governo usaram a Olimpíada para atingir objetivos nacionais."

O mesmo efeito obtido na China pode ocorrer no País. "O evento vai marcar a emergência do Brasil como uma grande potência econômica, cultural e em todos os sentidos da palavra". explicou. "A Olimpíada será um grande catalisador para a entrada do Brasil na economia global." Na visão do executivo, o País tem oportunidade de aprender com a Olimpíada anterior. "Além de trazer investimentos de empresas internacionais, o evento fornece estímulo para marcas locais. Na China, permitiu que marcas como Lenovo e China Mobile se tornassem reconhecidas mundialmente."

Para o Brasil, a oportunidade vai além de projetar as marcas locais para o mundo, segundo Young."O evento é uma vitrine fantástica para tudo o que existe no Brasil. É uma oportunidade única na história do seu país para levar o Made in Brazil para o mundo exterior", afirmou."

Segundo Young, o mercado latino-americano de publicidade vai bem, com destaque para o Brasil e o México. "A crise econômica não está sendo tão profunda na região, como está sendo na Ásia e nos Estados Unidos", disse. "Particularmente no Brasil, houve iniciativas realmente fortes do governo e políticas econômicas sensatas durante a recessão". Ao analisar os Brics, grupo de países que reúne Brasil, Rússia, Índia e China, Young diz que a China e o Brasil vão melhor que os outros dois. "Existem muitas coisas similares. A China passa por um desenvolvimento massivo de infraestrutura, assim como o Brasil. Ambos têm grande densidade de TV, telefones celulares e internet, e uma grande classe média."