Oi compra Brasil Telecom e cria a 'supertele'

DCI - 28/04/2008

Após quatro meses de negociações, Oi (ex-Telemar) e Brasil Telecom (BrT) assinaram o acordo final para criar a "supertele" brasileira. A compra da BrT pela Oi, anunciada oficialmente na última sexta-feira, pode ultrapassar os US$ 12 bilhões, de acordo com o presidente da compradora, Luiz Eduardo Falco. Se concretizada a união das empresas, a Oi espera crescer mais de 140%, até 2013. O montante total sairá do caixa da companhia e de eventuais tomadas de recursos no mercado, dentro das operações cotidianas. Segundo a empresa, não haverá nenhum financiamento, nem mesmo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A totalidade dos recursos utilizados para a aquisição sairá direto do fluxo de caixa da companhia, que é em torno de R$ 6,7 bilhões (US$ 3,83 bilhões). O restante virá de eventuais levantamentos de capital que a companhia fará no mercado, por empréstimos ou debêntures, por exemplo, mas sempre no âmbito da empresa. A aquisição aumentará a competitividade do setor e após a fusão, a nova empresa teria 17,9% de market share no mercado de telefonia móvel, contra 25% da Claro, 25,8% da TIM e 30,9% da Vivo. Além disso, na área de transmissão de dados corporativos, seria criado o segundo backbone de abrangência nacional. "Cria-se pela primeira vez competição em transmissão de dados no País, mercado hoje dominado pela Embratel", disse Falco, que prevê com a nova empresa atingir 110 milhões de clientes nos próximos cinco anos, sendo 30 milhões fora do Brasil. A Oi deve seguir concorrentes como TIM e Telefônica, que tiveram salto de receita ao atuarem fora dos países de origem. A supertele irá mirar mais a América Latina, Europa e África, pois a empresa espera crescer também internacionalmente. Já estuda, inclusive, oportunidades de compra de outras empresas, mas, para isso, esperará concretizar negócios no Brasil. Depois de concluídas todas as etapas de reestruturação, reajustes e operações de incorporações e aquisições, a composição final do controle acionário da supertele ficará com os grupos Andrade Gutierrez e La Fonte, de Carlos Jereissati. No País, a "supertele" poderá ter 22 milhões de usuários na telefonia fixa. Em celular, 38 milhões e 12 milhões na banda larga. Mais 8 milhões em televisão por assinatura. Hoje, a Oi tem cerca de 18 milhões na telefonia móvel e 14 milhões na fixa. A meta é crescer, em cinco anos, mais de 140%.