14/05/10 11h26

Oi avança em São Paulo e investe em banda larga

Valor Econômico

Última empresa de telefonia móvel a entrar no Estado de São Paulo, a Oi é a penúltima em participação de mercado, mas avança de forma contínua. A estratégia da venda do chip, e não do aparelho, com planos de fidelidade mais flexíveis resultou em maior fatia nos negócios. Apesar de não oferecer serviços combinados em São Paulo, como faz em outras regiões, neste primeiro trimestre a Oi alcançou 16,4% de participação na Grande São Paulo e 13% em todo o Estado, totalizando 5,7 milhões de assinantes, desde outubro de 2008. A meta para dois anos, segundo Alex Zornig, diretor de relação com investidores da operadora, é contar com 25% de participação e entre 6,5 milhões e 7 milhões de clientes até o final do ano.

O Plano Nacional de Banda Larga, um dos principais pontos de interesse do mercado no momento, indica que envolverá a participação da Oi de modo intensivo. Ao menos foi o que deixou a entender Rogério Santanna, recém-nomeado presidente da Telebrás, holding estatal que vai gerir a infraestrutura de rede. Santanna afirmou que a Oi será uma parceira especial para o serviço, mas Zornig se desviou do assunto, argumentando que ainda é cedo para falar sobre o papel da operadora no PNBL. Mas banda larga está entre as principais prioridades da empresa, com 42% dos investimentos de R$ 3 bilhões (US$ 1,7 bilhão) a R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) da Oi previstos para este ano. A cobertura da rede de telefonia móvel, tanto de segunda quanto de terceira geração, ficará com 36%, informou o executivo durante apresentação dos resultados.

O aumento na base de clientes e as sinergias com a Brasil Telecom, adquirida em janeiro de 2008, fez a Oi apresentar lucro recorde no trimestre: R$ 487 milhões (US$ 278,3 milhões). As sinergias esperadas para esse ano somam R$ 1,1 bilhão (US$ 628,6 milhões), sendo que neste primeiro trimestre obteve R$ 300 milhões (US$ 171,4 milhões). Zornig reforça que esse ganho também se deve à economia obtida com a renegociação de contratos com fornecedores, iniciada no ano passado.

A Oi encerra o primeiro trimestre com 62,2 milhões de usuários, mantendo-se em 4º lugar no ranking do setor. Do total, 21,1 milhões são de telefonia fixa, 36,6 milhões em telefonia móvel, 4,3 milhões em banda larga fixa e 283 mil em TV por assinatura. O crescimento de assinantes de banda larga móvel teve reflexo na receita média por usuário, que aumentou 3,3%, para R$ 21,8 (US$ 12,5). A empresa aumentou a base de clientes pós-pagos na região I (que compreende o Norte, Nordeste e Sudeste, exceto São Paulo). Com isso, a receita operacional bruta do serviço móvel atingiu cerca de R$ 2,6 bilhões (US$ 1,5 bilhão), um aumento de 14,6% em relação ao primeiro trimestre de 2009.

Os investimentos realizados em telefonia móvel permitiram à empresa concluir, em abril deste ano, a expansão do serviço para 460 municípios, alcançando 3 mil cidades em todo o Brasil. Assim, atendeu a meta de cobertura firmada com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A empresa encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 496 milhões (US$ 283,4 milhões), ante R$ 11 milhões (US$ 6,3 milhões) registrados no mesmo período do ano passado. A receita bruta consolidada subiu 2,7% em relação aos primeiros três meses de 2009, chegando a R$ 11,5 bilhões (US$ 6,6 bilhões), e a receita líquida consolidada atingiu R$ 7,5 bilhões (US$ 4,3 bilhões), dados que incluem a Brasil Telecom.