10/08/09 11h36

Odebrecht negocia terminal em Santos

Valor Econômico

O grupo Odebrecht está na fase final de negociações para assumir o controle da Embraport, empresa que constrói há dois anos um dos maiores terminais portuários multiuso do país, localizado em Santos, onde estão previstos investimentos superiores a US$ 500 milhões. O principal acionista do terminal é hoje o grupo capixaba Coimex, cuja principal atividade é a de comércio internacional de commodities. A Coimex possui 66,6% das ações do empreendimento.

Segundo apurou o Valor, a Odebrecht terá como parceiro no negócio a Dubai Ports World (DPW), um dos três maiores operadores logísticos marítimos do mundo, sediado em Dubai e presente em dezenas de países. O grupo baiano e a DPW têm um bom tempo de relações comerciais. A Odebrecht é líder dos consórcios que constroem dois terminais de contêineres da DPW: o de Callao, no Peru, e o de Doraleh, em Djibuti, na África.

A Embraport foi constituída em 1998 pela Coimex para implantar um terminal de contêineres, granéis vegetais sólidos e granéis líquidos (álcool) na margem esquerda do porto de Santos, entre os rios Diana e Sandi, numa área de 800 mil m2. Com cais de 1,1 quilômetros e dois píeres, conta com armazéns cobertos, pátios ferroviários e estacionamento para carretas.

A Odebrecht já tem grande familiaridade com o projeto. Em dezembro de 2007, o consórcio liderado pela Construtora Norberto Odebrecht (CNO), que inclui também as construtoras Carioca e Constremac, foi escolhido para fazer a obra de implantação do terminal. Outro fator que justificaria a entrada no empreendimento é que sua controlada ETH, dona de usinas de açúcar e álcool, planeja exportar esses produtos em alguns anos. Desta forma, o grupo garantiria uma base logística em Santos.

Numa primeira fase, o Embraport foi dimensionado para movimentar 1,2 milhão de contêineres, 1,1 milhão de toneladas de granéis sólidos e 2 bilhões de litros de alcoóis por ano. O objetivo inicial da Coimex era montar um terminal capaz de movimentar 10 milhões de toneladas de cargas por ano - de granéis sólidos e líquidos até automóveis, chegando a 1,9 milhão de contêineres. A operação de veículos foi abandonada. Originalmente, segundo informações anteriores no site da Coimex e da Embraport, o projeto estava orçado em US$ 400 milhões, dos quais 60% para as obras civis e 35% para aquisição dos equipamentos de movimentação de cargas. O novo orçamento da obra, que desacelerou por conta da crise mundial, é de US$ 550 milhões.