18/11/10 10h46

Odebrecht investe no litoral paulista

Valor Econômico

Alçada à condição de região estratégica, a Baixada Santista (litoral de São Paulo) receberá novos investimentos da Odebrecht Realizações Imobiliárias que devem gerar um valor geral de vendas por ano entre R$ 200 milhões (US$ 117,7 milhões) e R$ 300 milhões (US$ 176,5 milhões). A estimativa é do diretor regional de Incorporação da empresa, Paulo Melo, e foi feita ontem, às vésperas do lançamento do The Blue Officemall em Santos, o primeiro empreendimento comercial da Odebrecht na cidade litorânea, tocado em parceria com a Franz Comercial e Construtora.

Trata-se de uma torre multiuso de alto padrão com 6 mil metros quadrados, 481 salas comerciais e um shopping com 58 lojas, um conceito inovador na região. Ao lado do The Garden - empreendimento residencial inaugurado no primeiro semestre e com 95% das unidades vendidas - a empresa encerra o primeiro ano de negócios em Santos com perspectiva de geração de vendas no valor de R$ 280 milhões (US$ 164,7 milhões).

Apesar de a comercialização do The Blue Officemall ainda não ter começado, a expectativa é que o perfil de clientes varie bastante - desde o puro investidor até empresas com atuação no setor portuário e na cadeia de prestação de serviço de exploração e produção de petróleo e gás. "A Baixada Santista está passando por um ciclo de investimentos de projetos de infraestrutura bastante relevante em função das descobertas do pré-sal, existem outras empresas da cadeia de óleo e gás na região e, ainda, a ampliação do porto de Santos", afirma Melo.

Estudo realizado pela Odebrecht Realizações aponta que a região metropolitana da Baixada Santista, composta por nove cidades (Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Praia Grande), receberá R$ 44,6 bilhões (US$ 26,2 bilhões) em investimentos públicos e privados até 2020. Somente Santos deve atrair cerca de R$ 35,2 bilhões (US$ 20,7 bilhões) desse montante.

De acordo com o executivo, independentemente desses investimentos, Santos é uma cidade com pouco mais de 400 mil habitantes (407.506, conforme o Censo 2010) que tem demanda própria. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita da cidade em 2007 (último dado disponível do IBGE) foi de R$ 47,1 mil (US$ 27,7 mil). Já o PIB per capita da região metropolitana da Baixada Santista foi de R$ 21,8 mil (US$ 12,8 mil); e do Estado de São Paulo, no período, correspondeu a R$ 22,6 mil (US$ 13,3 mil). Paulo Melo ressalva que a empresa não toma decisão de investimento de forma quantitativa, mas sim qualitativa. E que a previsão de geração de vendas de até R$ 300 milhões (US$ 176,5 milhões) por ano é uma estimativa que leva em conta, entre outros, a população e o PIB da Baixada Santista.

"No horizonte de 10 a 15 anos vemos grandes oportunidades imobiliárias. Analisamos cada empreendimento como sendo único". Na opinião do executivo, não se pode avaliar Santos como uma cidade isolada, a Baixada Santista funciona como uma região metropolitana. Mas Santos, diz Melo, está se tornando limitada por estar entre o morro e o mar, há poucos terrenos disponíveis, o que faz o preço subir e encarecer os imóveis. "Continuamos prospectando na cidade, mas também estamos procurando terrenos em São Vicente, Guarujá e Praia Grande", lista o diretor da companhia. Em 2009, o número de residentes da região somou 1,7 milhão de pessoas.