Obras agitam 22 shoppings da cidade de SP
O Globo Online - 07/11/2006
A maior cafeteria do mundo, a Starbucks, abre suas portas na semana que vem em São Paulo. Na última sexta-feira, foi a vez da mega Fnac se instalar quase vizinha à recém-inaugurada loja da livraria Cultura. E as três escolheram se abrigar aonde? Em shoppings. São Paulo parece ter fôlego infindável para acolher novos shoppings e os antigos estão agora em plena fase de reforma e ampliação. Não é para menos. Por dia, pelo menos 866 mil pessoas compram algum produto num shopping paulistano. Enquanto se anuncia a inauguração do sofisticado Cidade Jardim - às margens da Marginal Pinheiros, quase em frente à Daslu - e do novato Bourbon, que escolheu como vizinho o West Plaza, outros 22 centros de compra estão em obras na cidade para atender o desejo de consumo dos paulistanos. Nesta sexta-feira, um dos mais antigos da capital o Morumbi, na zona sul, inaugura nova ala com mais 80 lojas e 600 vagas de estacionamento. Depois de quatro ou cinco anos, qualquer shopping fica com a arquitetura ultrapassada. Se não se revitalizarem, perdem clientes, ainda mais agora com tantos shoppings em construção - diz o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, Nabil Sahyon. Na lista de grifes do Morumbi vão estrear Oakley, Mormaii e Spezzato Teen. Marcas famosas do Rio também aportam por lá, como Gang, Bumbum Ipanema e Blue Men. Nem mesmo os empresários do ramo de alimentação escapam da sina dos corredores lustrados: o restaurante Apple Bees's. Por enquanto, o Iguatemi é considerado o shopping mais luxuoso de São Paulo, mas o Cidade Jardim promete superar. A construtora JHSF mantém os nomes das marcas nacionais e estrangeiras sob sigilo. Serão 120 lojas. Já estão confirmadas, porém, a instalação de uma academia Reebok, do Empório Fasano e da Livraria da Vila, além de oito salas de cinema da Cinemark, uma delas dedicada a filmes europeus. O empreendimento inclui ainda quatro torres comerciais de 25 andares e cinco edifícios residenciais. O preço dos apartamentos varia de US$ 693 mil a US$ 4,6 milhões. Até agora, foram lançadas quatro torres, que deverão ser entregues em 2007. Tudo já foi vendido. O Pátio Higienópolis, segundo endereço comercial mais caro da cidade, já arrematou imóveis ao redor para ampliar o número de lojas. Também haverá mudanças no Market Place, onde a livraria Cultura instalou sua megaloja. O shopping, que atrai as crianças por causa da extensa programação de filmes infantis, terá também um novo parque infantil. O atual vai dar lugar a uma filial do Parque da Mônica, segundo informações de mercado. Além disso, serão abertas 53 lojas. Neste momento, também estão em ampliação o shopping Anália Franco, Frei Caneca, Vila Lobos e Ibirapuera - disse o presidente da Associação dos Shoppings. No Ibirapuera, outro da safra antiga, o estacionamento do subsolo foi fechado para dar lugar a cinemas, provavelmente da rede Cinemark. No shopping Paulista, a meta também é a sofisticação para se adequar ao público. O nome vai até mudar para Pátio Paulista, seguindo o exemplo do Higienópolis. Um teatro será instalado para acompanhar a movimentação natural da avenida, já conhecida pela oferta de cinemas. Segundo a Alshop, os shoppings paulistanos recebem 26 milhões de pessoas por mês, o equivalente a um quarto dos consumidores de shopping de todo o país. E este número cresce a taxas de 10% ao ano. Nas grandes cidades, a busca por segurança impulsiona a ida aos shoppings, por causa da segurança.