05/03/12 15h34

O novo caminho para gerar empregos na capital paulista

Brasil Econômico

Estudo revela o panorama criativo na cidade de São Paulo com o objetivo de incentivar políticas públicas

Aurílio Caiado é o típico personagem de São Paulo que poderia entrar na liga da justiça da economia criativa. Na sala de paredes brancas, no terceiro andar do prédio da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) basta ele começar a falar que logo se percebe que o diretor técnico de Políticas Sociais entende do assunto. E não é a toa que ele foi um dos responsáveis pela elaboração do livro Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnósticos e Potencialidade.

Para Caiado, a obra representa o primeiro passo para “formalizar as políticas públicas no setor de economia criativa.” O estudo encomendado pela prefeitura de São Paulo, mostra que em 2009, a Economia Criativa já era responsável por 3% de todo o emprego formal da cidade. “Tão importante quanto o número de vagas, trata-se de atividades que podem ser desenvolvidas não apenas nos tradicionais centros econômicos da cidade, mas também em distritos mais distantes, que apresentam maior carência de postos de trabalho e oportunidades”, argumenta Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo no estudo.

Mas chegar a um modelo que retrate o perfil da economia criativa paulista não foi simples. Caiado explica que foi necessário, criar uma nova metodologia para elaborar o estudo. “A Economia Criativa é única para cada país ou região. Cada localidade pode considerar aspectos diferentes para o setor”, explica. A divergência se dá, pois cada estudo considera de forma diferente os diversos conceitos de economia criativa que pode envolver o cruzamento das artes, da cultura, dos negócios e da tecnologia, além de compreender o ciclo de criação, produção e distribuição de bens e serviços. “Por exemplo, dados da Firjan consideram mais de seis milhões de empregos criativos no Brasil, enquanto a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) atribui pouco mais de 390 mil”, explica Caiado.

Com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em especial da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), a Fundap concluiu que em 2009, o Brasil apresentava cerca de 41 milhões de vínculos empregatícios formalmente registrados, dos quais 753 mil (1,8% do emprego formal no país) representavam profissionais atuando em ramos de atividades econômicas consideradas criativas. Desse total, 296.231 estavam no Estado de São Paulo, enquanto 140.499 nos municípios da região.

Da soma de empregos formais no Brasil, a Economia Criativa aparece na 9ª posição se comparada aos demais setores, ficando atrás por exemplo, de vagas na administração do estado e da política econômica e social, com mais de 7 milhões de empregados. Já no Estado de São Paulo, a economia criativa sobe para a 6ª posição, enquanto o salto é ainda maior na capital ocupando no período o quarto lugar. Porém não é só de trabalhadores formais que é feita a economia criativa no Estado de São Paulo. E para chegar ao valor total de trabalhadores, incluindo os informais, a Fundap levantou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) que mostrou que em 2009, cerca de 965.395 pessoas trabalhavam nessas atividades.