28/02/13 10h00

Nuvem pode movimentar US$ 302 milhões no Brasil

Valor Econômico

O mercado brasileiro de computação em nuvem - modelo pelo qual os usuários acessam softwares via internet - pode crescer 74% em 2013, com a receita do segmento calculada em US$ 302 milhões no ano. A estimativa foi apresentada ontem por Fernando Belfort, analista sênior da consultoria Frost & Sullivan, durante seminário organizado pelo Valor.

Até há pouco tempo, a segurança da informação era o principal receio de executivos de tecnologia na hora de avaliar a possibilidade de adoção do modelo de computação em nuvem. Isso ainda não mudou completamente, mas houve uma diminuição no peso desse item. Segundo Belfort, a segurança foi apontada por 72,7% dos entrevistados como principal entrave na pesquisa mais recente. Há dois anos, o índice era de 87%, de acordo com o analista.

Em contrapartida, possíveis falhas de conectividade vêm ganhando mais relevância entre os principais receios relacionados à computação em nuvem. A questão foi citada por 59,5% dos entrevistados pela Frost & Sullivan. Segundo Belfort, a melhoria das redes de telecomunicações é um pilar fundamental para o avanço da computação em nuvem no Brasil. "As empresas de telecomunicações têm feito um bom trabalho, mas ainda há muito a ser feito", afirmou.

A participação de presidentes e executivos-chefes de finanças na escolha dos provedores de serviços e da infraestrutura necessária para o modelo de computação em nuvem é outra mudança importante citada pelo analista. Antes, essa era uma atribuição apenas do executivo-chefe de tecnologia. Agora, tornaram-se mais comuns os casos em que a escolha é feita em conjunto pelos três profissionais. Segundo Belfort, a significativa participação de presidentes de companhias no processo de seleção de um provedor de computação em nuvem dá sinais da importância do assunto.

Para passar por essa seleção cada vez mais criteriosa, a Hewlett Packard (HP) tem apostado em adaptar suas ofertas de computação em nuvem ao modelo mais conveniente para o cliente. É comum que algumas companhias optem por não transferir toda a estrutura de TI para centros de dados externos e montem uma estrutura de computação em nuvem em seus próprios centros de dados. O primeiro modelo ficou conhecido como nuvem pública e o segundo como nuvem privada. "Optamos por trabalhar de uma maneira convergente, que também considera a estrutura tradicional que o cliente tem", disse Antonio Couto, estrategista de computação em nuvem da HP.