Número de microeempreendedores em Araraquara dispara 23%, em 2016
Total chega a 113 novos registros por mês; sair da ilegalidade e manter direitos trabalhistas são as principais vantagens
Tribuna AraraquaraAraraquara tem registrado crescimento médio de 113 novos cadastros de MEI (Microempreendedor Individual) por mês - ou quatro a cada dia. Comparado com abril de 2015, saltou 23% o total desses registros na cidade, chegando hoje a 7.241.
Muito além dos benefícios que o programa oferece, a recessão econômica e as altas taxas de desemprego tem sido determinantes para esse crescimento exponencial. Trabalhar por conta própria ou abrir pequenos comércios é a saída encontrada por muita gente que não consegue voltar à carteira assinada. Para esse tipo de trabalhador, o MEI é vantajoso, já que ele deixa o mercado informal e recebe, entre outros benefícios trabalhistas, a oportunidade de contribuir para sua futura aposentadoria.
O Microempreendedor Individual também se torna um pequeno empresário e passa a possuir um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), mas para se encaixar no programa, o faturamento anual tem de ser abaixo de R$ 60 mil - média de R$ 5 mil/mês.
“Possuir um CNPJ ajuda demais na hora de comprar dos fornecedores. Também ganhamos uma maneira de contribuirmos com a Previdência”, cita o comerciante e instalador de persianas e divisórias Fábio Macieri, que é um MEI. “Ficou bom para todo pequeno comerciante.”
Oportunidade de empreender
Alexandre Aparecido de França, 40, foi demitido após 20 anos de empresa. Mesmo tentando há mais de dois anos, não encontrou trabalho na indústria. Não é só ele. Dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), apontam que foram fechados em Araraquara e região 5,4 mil empregos em 12 meses.
A solução encontrada por França foi abrir seu próprio negócio, uma sorveteria franqueada no Selmi Dei. Está dando certo. “Tirar o MEI facilitou bastante. Sigo mantendo meus direitos trabalhistas e ainda tenho meu comércio, que já está funcionando há seis meses”, comemora.
No mesmo prédio comercial de França, outros quatro novos estabelecimentos também foram abertos por meio do programa. “Nesse momento de desemprego, é uma boa saída”, afirma o empreendedor.
Com sonho de crescer e se tornar um empresário de sucesso no ramo que gosta, Renan Blundi Silva, 27, apostou tudo. Vendeu carro, juntou suas ‘economias’ e pediu ‘a conta’ no emprego para abrir seu negócio próprio. Com auxílio do Sebrae-SP, optou pelo MEI. “Está saindo melhor que o esperado. Hoje já ganho mais do que o salário anterior e ainda tenho margem para crescer mais”, diz.