Número de investimentos anunciados em São Paulo cresce 75% em 2012

Quantidade de projetos vai de 12 para 21 em um ano; empreendimentos somam R$ 5,05 bilhões e 19.868 empregos diretos

O número de investimentos realizados em São Paulo em 2012 cresceu 75% com relação ao mesmo período de 2011. Foram 21 empreendimentos anunciados no Estado por empresas atendidas pela Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, a Investe São Paulo, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Juntos, eles totalizam R$ 5,05 bilhões e 19,8 mil novos postos de trabalho – um total de 210% acima dos empregos gerados no ano anterior, que registraram 6,4 mil. Em 2011, foram 12 projetos anunciados, totalizando investimentos de R$ 6,6 bilhões.

Segundo explica o presidente da Investe SP, Luciano Almeida, o perfil dos investimentos realizados tem mudado nos últimos anos, não só em São Paulo como em todo o Brasil. “Em 2011, assistimos à vinda de grandes empresas, chamadas de âncoras, com grandes volumes de investimentos. Agora, em 2012, temos uma série de projetos que são menores financeiramente, mas agregam valor às cadeias de diversos setores. Por exemplo, a chegada de uma montadora de automóveis em uma cidade acaba atraindo para a região toda uma rede de fornecedores e clientes que movimentam cada vez mais a economia”, disse.

Com esses dados, a Investe São Paulo soma, desde sua criação em 2008, 41 investimentos anunciados, que geram cerca de 40,2 mil empregos diretos e investimentos de R$ 15,8 bilhões.

Setores
Assim como em 2011, a maior parte dos anúncios realizados em 2012 foi no setor de Máquinas e Equipamentos. Juntas, Cummins, Caterpillar (duas), InoxCVA e Randon anunciaram cinco projetos  - 24% dos 21 totais. Em 2011, os anúncios nesse seguimento eram três, representando 25% do total.

O setor automotivo também teve bastante destaque em 2012, com 19% dos investimentos: Haldex, Toyota, Comil e Metalcrafters. Esta última, fornecedora de motores, está construindo sua fábrica em Lorena justamente fornecer peças para a montadora de ônibus Comil. Em 2011, o único registro de anúncio no setor foi o da Borgwarner.
 
Já na comparação do volume de investimentos gerados dentro de cada setor, o automotivo é responsável pelo maior aporte de recursos. Foram cerca de R$ 1,12 bilhões investidos em 2012, totalizando 22% do total. Em 2011, esse valor não chegava a 1,5% dos R$ 6,6 bilhões totais.

O segundo setor que mais gerou investimentos no Estado foi o de Tecnologia da Informação e Comunicação: um total de R$ 1,1 bilhão de reais. O valor foi anunciado em dois projetos da mesma empresa, a taiwanesa Foxconn: a expansão da fábrica em Jundiaí e a construção de um Parque Tecnológico em Itu. O alto valor aplicado nesses dois projetos fez com que Taiwan seja origem de 21,77% do montante anunciado em 2012, tornando o país o maior investidor de São Paulo nesse ano.

Origem
Em 2011, a maior parte do montante de investimentos anunciados com o apoio da Investe SP – 71%, num total de R$ 4,6 bilhões - era de empresas brasileiras. Em 2012, porém, esse percentual caiu para 14%, totalizando R$ 694 milhões. A segunda maior soma de valores foi  da japonesa Toyota, com 20% dos R$ 5,05 totais: R$ 1 bilhão. A empresa está construindo em Porto Feliz uma fábrica de motores.

Na análise da quantidade de projetos originados em cada país, em 2011 o Brasil era líder: dos 12 empreendimentos, quatro, ou 33%, eram brasileiros. Já em 2012, apesar do número ter crescido para cinco, a porcentagem caiu para 24%. Nesse ano, a maior parte dos investimentos anunciados foi norte-americana: seis projetos, que representam 29% do total.

“A Investe SP está cada vez mais em contato com órgãos e empresas internacionais, recebendo delegações,  e participando de eventos dentro e fora do País. Em 2012 tivemos investimentos anunciados por nacionalidades inéditas na agência, como Itália, Suécia, Suíça, Índia e Alemanha. Isso é resultado do trabalho de prospecção de novos negócios e de promoção do Estado no exterior”, explicou Almeida.

Regiões
Assim como em 2011, a região administrativa que mais recebeu investimentos anunciados em 2012 continuou sendo Campinas. Foram seis projetos, totalizando 29% - uma queda com relação ao percentual de 50% registrado em 2011. Já a região de Sorocaba, que havia recebido dois anúncios em 2011 (16% do total, empatando com São José dos Campos), no ano seguinte recebeu 5 novos projetos, que somaram 24% do total.

Ao comparar-se o valor anunciado dentro de cada região, porém, a que mais se destaca é Sorocaba, com R$ 2,1 bilhões e 42% do total. Em 2011, esse valor era de apenas R$ 542 milhões. O valor é alto principalmente por conta dos investimentos da Foxconn, de R$ 1 bilhão em Itu, e da Toyota, de R$ 1 bilhão em Porto Feliz.

Empregos
A Foxconn também foi a empresa anunciada que mais gerou empregos em 2012: um total de 13 mil, ou 65% do total. Portanto, a maior parte dos empregos gerados pelos anúncios desse ano também é de origem taiwanesa. O Brasil aparece como o segundo país com mais postos de trabalhos gerados, num total de 2.918 que equivalem a 15% do total. Em 2011, o país responsável por gerar a maior parte dos empregos anunciados naquele ano foi a Coreia do Sul, com 43% do total.

Os 13 mil empregos gerados pela Foxconn também impactaram na porcentagem de empregos gerados pelo setor de TIC, que corresponde a 65% do total. Em 2011, o setor que mais criou vagas foi o de Linha Branca, por conta da fábrica de geladeiras e máquinas de lavar da Samsung que gerou 2.300 empregos - cerca 36% do total. Em 2012, não houve investimentos anunciados nesse seguimento.
 
Na comparação entre as regiões, a mais destacada em 2012 foi a de Sorocaba, que recebeu, além do anúncio da Foxconn e da Lenovo em Itu, o novo centro de serviços da Embraer, a nova unidade da Dori e a Toyota. Juntas, as cinco devem gerar 11.700 empregos, que equivalem a 59% do total registrado no ano. Em 2011, a região que recebeu mais empregos foi a de Campinas, com 3.938 novas vagas em seis empreendimentos a 61% do total.

Carteira
A Investe São Paulo possui neste momento 52 projetos em andamento que ainda não foram anunciados pelas empresas. Eles contabilizam um investimento potencial de R$ 12,6 bilhões e a geração de 18,7 mil empregos diretos.

O setor mais representativo desse total é o químico, petroquímico e farmacêutico, seguido pelo de insumos básicos. Além disso, a maior parte dos projetos em carteira hoje é brasileira, seguido pelas norte-americanas, das japonesas e das alemãs, respectivamente.