Número de imóveis com energia solar chega a 9,2 mil em Rio Preto
Cidade é a segunda do ranking estadual
Diário da RegiãoA energia solar se tornou, definitivamente, queridinha para quem mora em Rio Preto e quer se livrar de uma parte dos gastos – ou de todo o gasto – com energia elétrica. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Rio Preto possui o segundo maior número de unidades geradoras de energia solar, no estado de São Paulo. A cidade fica atrás apenas da Capital Paulista. No ranking nacional, está na 16ª posição.
Ao todo, são 9,2 mil unidades geradoras na cidade, atrás apenas de São Paulo, que conta com 10,6 mil. Quando o assunto é a região, a cidade lidera com folga no quesito. Votuporanga tem 2,6 mil unidades geradoras de potência, Catanduva (2,5 mil), Santa Clara d’Oeste (1,9 mil), Jales (1,7 mil), Fernandópolis (1,6 mil), Olímpia, Mirassol e Santa Fé do Sul (1,4 mil cada) e Novo Horizonte (1 mil) fecham a lista.
Em geração de energia, Rio Preto está na quarta posição no ranking estadual. Segundo o ranking, a liderança fica com São Paulo, que produz 82,5 mil kW (kilowatt) ao ano. Ribeirão Preto (47,7 mil kW) e Campinas (67,4 mil kW) ocupam os demais degraus do pódio, enquanto Rio Preto aparece em seguida, com 65 mil kW gerados. No ranking nacional, a cidade está na 30ª colocação.
A diferença entre o ranqueamento que considera o número de unidades geradoras de energia e a produção de eletricidade se deve ao fato ao crescimento da utilização da energia solar nas residências de Rio Preto. Com estruturas menores, se gera menos energia pontualmente. Segundo os dados da Aneel, das 9.254 unidades geradoras de energia solar em Rio Preto, 8.559 são em residências, o que totaliza 92,48% de todas as existentes na cidade.
O gerente administrativo Adelmo Cuginotti decidiu instalar a energia solar em casa no ano passado por dois motivos: preocupação com o meio ambiente e redução de custos com energia elétrica. E, pensando nas finanças, a decisão não poderia ter sido mais acertada.
“Continuo com o mesmo consumo, porém tive uma redução no valor da conta de energia elétrica de, aproximadamente 90%. Gastava em média R$ 450 por mês para um consumo médio de 470 kW por mês. A decisão de instalar energia solar em minha casa foi uma escolha inteligente tanto para o meio ambiente quanto para o meu bolso”, conta. Ele investiu R$ 20 mil no sistema de placas fotovoltaicas.
Segundo especialistas, o custo de instalação de uma unidade geradora de energia elétrica em casa parte de um valor entre R$ 9 mil e R$ 10 mil e varia em função da quantidade de energia que pode ser gerada e, claro, da área disponível.
“Este não é custo, é investimento. Esse investimento varia bastante conforme o consumo de energia e de quanto de energia pretende-se gerar na usina, partindo de valores até menores do que R$ 10 mil até projetos de milhões de reais. A rigor, o investimento se paga em poucos anos, mas o sistema continua a trabalhar por mais de 25 anos”, diz Leandro Martins, presidente da Ecori Energia Solar.
Desconto
O sonhado desconto nas faturas de luz é feito de maneira bastante simples, mas para isso é bom explicar que existem dois tipos de sistemas de energia solar: o off-grid e o on-grid. O primeiro é aquele isolado da rede pública de energia, muito utilizado em locais onde não há abastecimento elétrico, como fazendas distantes, e que utiliza baterias para armazenar toda a energia.
Já o sistema on-grid está conectado à rede pública de energia e funciona em conjunto com o abastecimento geral. Ele gera energia de maneira direta para a casa e, quando essa energia não é suficiente, só então é que a energia elétrica da rede pública passa a ser utilizada.
Quando a produção de energia na casa é maior do que o consumo, o excedente é injetado na rede pública em troca de compensação perante a operadora. Nesse caso, o consumidor fica com créditos que podem ser utilizados em até 60 dias. Se ele gastar mais do que produz, paga pelo excedente.
Vendas animam setor
A quantidade de casas com o sistema de geração de energia por radiação solar região deve continuar em alta segundo as empresas que atuam no setor.
Por dois anos consecutivos a instalação de novas conexões dobrou em Rio Preto. Em 2020, fora 866 novas instalações, enquanto em 2021 este número saltou para 2.152. Em 2022, a taxa de crescimento chegou a 4.346 novos imóveis com sistema de geração de energia própria. “O 2022 foi um ano muito bom sim. Representou na matriz energética brasileira 10 mil Para este ano, estamos vendo que o ritmo baixou um pouco, em função da lei que estabelece a taxa de devolução”, diz Bruno Borborema Campos, CEO da Sonne Energia Solar.
Rogério Cruz, da Eco Energia Solar, investiu no ramo há oito anos, quando voltou de Portugal, onde morou. Segundo ele, foi uma aposta arriscada, mas que deu certo. “. Tivemos a ideia de trazer para o Brasil porque não havia nada neste segmento por aqui”, conta.
Segundo o coordenador da Absolar no Estado, Pedro Drumond, o cenário evoluiu, com um investimento que passa dos R$ 130 bilhões e que emprega 780 mil pessoas. “Com isso, trazemos mais de R$ 40 bilhões de arrecadação aos cofres públicos, movimentando toda a economia. Só no estado de SP foram mais de R$ 16 bilhões de investimentos, 100 mil postos de trabalho acumulados e R$ 5 bilhões de arrecadação em impostos”, comenta. (LI)