NTN-SNR cresce no País com novos projetos
Fabricante de rolamentos e semieixos aumenta fornecimento a montadoras
Automotive BusinessA conquista de contratos de fornecimento para novos projetos de veículos faz a fabricante de rolamentos e semieixos NTN-SNR acreditar que pode mais no Brasil, onde instalou fábrica há 15 anos em Fazenda Rio Grande (PR) e na última década multiplicou por quatro o faturamento. “Já somos líderes nas vendas de rolamento no mercado OEM (às fábricas de automóveis), com cerca de 26% de participação. Como estamos cada vez mais presentes no desenvolvimento de novos carros, acredito que poderemos avançar para algo entre 30% e 35% nos próximos anos”, afirma o engenheiro francês Franck Lesigne, presidente da SNR Rolamentos do Brasil, que pertence ao grupo japonês NTN.
Exemplo das novas conquistas são os chamados “rolamentos de terceira geração”, que já são embutidos no cubo da roda, eliminando diversos processos de montagem. A NTN-SNR foi a primeira a produzir o componente no País e com isso passou a fornecer para os novos Ford EcoSport e Toyota Etios. Segundo Lesigne, a produção da peça no Paraná é um dos frutos do programa de investimentos de R$ 50 milhões em três anos que terminou em 2014 e incluiu a expansão da linha de produtos e capacidade industrial no Brasil. Além da unidade de Fazenda Rio Grande, que teve a capacidade dobrada para 4,5 milhões de peças por ano, a NTN abriu outra fábrica de juntas homocinéticas em Guarulhos (SP). No ano passado a empresa produziu em solo brasileiro 4,3 milhões de rolamentos e semieixos.
“Estamos presentes no desenvolvimento de quase todos os carros e fornecemos para as fábricas japonesas que estão crescendo, por isso vemos grande potencial de expansão”, afirma o executivo, que chegou ao País para dirigir as operações da NTN em agosto passado. “Claro que somos afetados pela queda das vendas de veículos novos. O ano passado foi difícil e este também será. Estamos acompanhando a evolução do ritmo dos negócios para decidir sobre novos investimentos, mas nossa vinda ao Brasil foi para ficar. Nos últimos cinco anos tivemos expansão de 32% e isso justificou o que fizemos até o momento”, avalia.
OPORTUNIDADES
Mesmo em momento econômico desfavorável, a conquista de fornecimento para novos projetos compensa em boa medida o tombo do mercado. Para 2015, Lesigne projeta que a NTN deverá utilizar 90% da capacidade de produção no País, porcentual bastante superior ao da maioria das fábricas do setor automotivo atualmente. “Temos certeza de que existem muitas possibilidades de expansão aqui, mas o crescimento tem sido muito volátil”, analisa.
Um dos investimentos em avaliação está em aumentar a nacionalização de produtos, uma demanda dos fabricantes de veículos para atender as exigências do Inovar-Auto e contornar a alta do dólar diante do real. Os rolamentos de terceira geração, por exemplo, têm cerca de 40% de componentes nacionais. “As montadoras estão pedindo maior nacionalização, mas só podemos fazer isso com escala, com mais pedidos, para valer a pena produzir aqui o que não fazemos ainda”, diz Lesigne.
Uma das possibilidades de crescimento está na venda de componentes para o mercado de reposição, no qual a NTN está entrando com maior força agora, com um catálogo de componentes de quase 300 páginas. “Podemos crescer 100% no aftermarket, porque já fornecemos para quase todos os carros fabricados no Brasil ou importados. Somos líderes no mundo e aqui não será diferente. Apenas começamos a trabalhar melhor nesse segmento, com ampliação da rede de distribuição e ações de marketing”, afirma Lesigne.