28/02/08 11h19

Novo recorde de fusões e aquisições entre usinas

Valor Econômico - 28/02/2008

As operações de fusões, aquisições e compras de participação bateram recorde no segmento sucroalcooleiro no ano passado e prometem continuar aquecidas neste ano. A forte queda dos preços do açúcar durante todo o ano de 2007 ajudou a tornar os ativos (usinas) mais baratos para os compradores e foi um grande estímulo aos negócios, sobretudo para os grupos e fundos estrangeiros, que responderam por 70% das transações realizadas no ano passado. Levantamento da consultoria KPMG mostra que o número de transações envolvendo usinas cresceu 178% no ano passado no país: foram 25 operações, ante nove no ano anterior. O número inclui compras de participações em unidades ou empresas, sobretudo por fundos de private equity, disse André Castello Branco, sócio de corporate finance da consultoria. Dados da KPMG mostram que os fundos foram responsáveis por 36% das transações de 2007. Entre eles o Clean Energy Brazil (CEB), fundo criado no final de 2006, com papéis negociados na bolsa de Londres, com o objetivo de investir em participações de usinas brasileiras. Em dezembro passado, o CEB adquiriu 33% da holding Unialco MS, que controla a usina Alcoolvale, em Aparecida do Taboado (MS), e um projeto "greenfield" na cidade de Dourados, no mesmo Estado. Nesta operação, a CEB desembolsou US$ 64 milhões. A holding Unialco MS é controlada pela Unialco SA, presidida pelo empresário Luiz Guilherme Zancaner. À época, Zancaner disse que concordou em fazer a operação porque não abriria mão do controle acionário do grupo e poderia utilizar os recursos obtidos em futuros investimentos no setor. Conforme Castello Branco, as operações de fusões e aquisições no setor vão continuar firmes. "Este setor ainda é pulverizado".