15/05/10 10h46

Novo poço pode superar 4,5 bi de barris, diz ANP

O Estado de S. Paulo

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) espera repetir no poço Libra os resultados de Franco, onde estima ter encontrado 4,5 bilhões de barris de petróleo e gás. O Libra, também localizado na Bacia de Santos, começou a ser perfurado esta semana e, segundo Magda Chambriard, diretora da agência reguladora, pode ter reservas tão grandes ou maiores que as de Franco. A perfuração deve durar entre quatro e cinco meses. De acordo com a diretora da ANP, informações preliminares indicam que a estrutura geológica de Libra tem tamanho equivalente à de Franco. Ela ressaltou, porém, que ainda não é possível afirmar se a estrutura contém um único reservatório ou duas jazidas separadas.

Libra está localizado a 32 quilômetros de Franco, segunda maior descoberta de petróleo do País, atrás de Tupi, da Petrobras. Com os 4,5 bilhões de barris, as reservas estimadas do pré-sal podem chegar a 20,5 bilhões de barris. As reservas brasileiras provadas estão na casa dos 14 bilhões de barris, conforme dados oficiais.

Além do grande volume de petróleo, a descoberta de Franco abriu uma nova fronteira exploratória no Brasil, disse a diretora da ANP. Isso porque o poço tem óleo em uma rocha chamada coquina, ainda pouco explorada na região - as descobertas do pré-sal foram feitas em uma camada rochosa denominada microbiolito, mais rasa.  A direção da ANP já autorizou a Petrobras a fazer um teste de vazão em Franco, para ampliar o conhecimento sobre o reservatório.

A confirmação da nova fronteira, porém, não alterou as projeções da ANP para todo o pré-sal - incluindo áreas ainda não concedidas -, que se mantêm em 50 bilhões de barris. Após Libra, a ANP vai perfurar dois novos poços no pré-sal de Santos, um ao sul e outro a leste das concessões da Petrobras, com o objetivo de avaliar a região.

Quatro poços constam do plano plurianual de exploração da ANP, aprovado em 2008, com investimentos previstos em R$ 1 bilhão (US$ 571,4 milhões) para os próximos cinco anos. Diante da necessidade de descobrir reservas para o processo de capitalização da Petrobras, a estatal decidiu se antecipar e perfurar dois poços por conta própria. Os outros dois serão financiados pela ANP, que estuda contratar a estatal para o serviço. Os recursos serão provenientes da participação especial cobrada sobre os campos com grande produção de petróleo. Do total arrecadado, 28% são destinados à ANP. Grande parte desses recursos, porém, fica contingenciada por falta de projetos.

A Petrobras espera usar parte das reservas (até 5 bilhões de barris) em seu processo de capitalização. O governo já sinalizou também com a possibilidade de vender as jazidas nos primeiros leilões do pré-sal, caso os projetos do novo marco regulatório sejam aprovados.