Novo marco do pré-sal atrai investimentos bilionários de multinacionais no Brasil
Agência CT&ICom o novo marco regulatório do pré-sal, que aguarda pela sanção presidencial, a expectativa do mercado é atrair bilhões em investimentos para o Brasil com a exploração do recurso. Exemplo disso foi o anúncio realizado nesta quinta-feira (10) pela multinacional Shell, de investir US$ 10 bilhões no País pelos próximos cinco anos.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o novo marco do pré-sal cria condições para atrair investimentos de diversas empresas nacionais e estrangeiras, com impacto positivo na geração de empregos no setor. Ele destacou que o anúncio do grupo Shell é evidência da recuperação da confiança de empresas nacionais e estrangeiras na economia brasileira.
“[A medida] abre oportunidade que os leilões ocorram com ou sem a participação da Petrobras, independentemente do seu apetite para novos investimentos. Diversas empresas nacionais e internacionais têm manifestado esse interesse, e o nosso objetivo maior é a atração e geração de emprego e renda na cadeia de óleo e gás no Brasil”, informou o ministro, em reunião com representantes do governo federal e investidores do grupo Shell.
O presidente global da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden, afirmou que o Brasil é um dos três principais destinos globais para os investimentos do grupo. “A Shell será grande investidora no País”, pontuou. “Fizemos questão de trazer nossos investidores para mostrar o que estamos fazendo e para mostrar nossa confiança na economia brasileira”, ressaltou o executivo.
Beurden ressaltou que o investimento estrangeiro direto é crucial para realavancar a economia nacional. Ele ainda classificou os segmentos de petróleo e gás como potenciais motores para o crescimento brasileiro.
Para o presidente da Shell Brasil, André Araújo, os “sinais positivos” apresentados pelo Brasil foram responsáveis por atrair os investimentos da Shell. “É isso que nos traz agora. O que a gente busca, com certeza, é um ambiente muito positivo, de regras claras, de muita transparência e de assegurar que o Brasil continue competitivo para atrair investimentos.”
Os recursos anunciados serão destinados aos projetos atuais da empresa, como a exploração dos campos do pré-sal de Lula e Libra, na Bacia de Santos. Novos projetos e a participação em leilões futuros não estão incluídos nesse montante. “Mas nós vamos, como sempre fizemos, olhar as oportunidades que surjam no Brasil agora nos futuros leilões, e tomara que o País continue ranqueando bem para que a gente possa continuar buscando novos projetos aqui”, apontou Araújo.
Em outubro, o secretário-executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio Guimarães, fez projeções caso o novo marco fosse aprovado. Segundo ele, apenas em áreas já descobertas no pré-sal, e que ultrapassam os limites dos blocos já concedidos, os investimentos podem ultrapassar R$ 100 bilhões.
O que muda
A principal mudança no texto é dar poder de escolha para a Petrobras, que poderá dizer se quer ou não operar blocos de exploração do pré-sal. Antes, a estatal era obrigada a participar em pelo menos 30% de qualquer bloco contratado sobre o regime de partilha, independentemente de ter recursos ou não.
De acordo com o governo federal, essas mudanças, no entanto, não excluem a Petrobras da exploração do pré-sal. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) oferecerá a preferência para a estatal ser a operadora. A companhia, se aceitar, terá participação mínima de 30%. Caso a companhia não aceite a oferta, uma outra empresa poderá operar a exploração.