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Novo foco de uso amplia produção de turbos

Gazeta Mercantil - 16/06/2008

A preocupação cada vez maior em reduzir o índice de poluentes na atmosfera e o alto custo do combustível está forçando as montadoras a produzir automóveis com motores compactos para se ter um carro mais leve e econômico. Um aliado dessa tendência mundial, segundo a indústria de autopeças, será o turbocompressor, que ajudará os automóveis com motor 1.4 a ter o mesmo desempenho de um motor mais potente. "Na Europa, as montadoras já estão migrando para os motores menores em razão do maior rigor da lei de emissões e isso está fazendo crescer a demanda por turbos no mundo", disse à Gazeta Mercantil, José Rubens Vicari, diretor geral da Honeywell da América do Sul, maior fabricante de turbos no mundo. A estimativa é que o consumo de turbocompressores chegue a 25 milhões em todo o mundo nos próximos três anos, com expansão mais expressiva na Europa e Ásia, disse Lauro Takabatake, gerente de engenharia da BorgWarner, que também tem participação expressiva neste setor. Atualmente, o consumo mundial de turbos é de 20 milhões de unidades, sendo que 17 milhões são absorvidos pelos automóveis na Europa, onde é grande a frota de carros movido a diesel. No Brasil a participação dos turbocompressores está restrita somente aos veículos comerciais. Mas, a expectativa do diretor da Honeywell, é que dentro de até quatro anos o turbo passe a ser parte integrante dos automóveis fabricados pelas montadoras brasileiras. Diante da perspectiva de crescimento do uso deste produto em todo o mundo, as fabricantes de turbocompressores, que estão com a produção no limite, começam a investir no aumento de capacidade de suas fábricas. A BorgWarner já decidiu aplicar US$ 125 milhões na construção de novas fábricas na Polônia, Tailândia e México. Hoje a companhia americana mantém fábricas na Inglaterra, Brasil, Hungria, Coréia, China e uma joint venture na Índia, com a Tel, empresa especializada na produção de peças fundidas. "A subsidiária brasileira recebe anualmente de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões em investimentos e também contribui para a produção de outras filiais do grupo no mundo enviando de 25% a 30% dos 400 mil turbos que são fabricados na fábrica de Campinas (SP)", diz Sergio Castioni Veinert, diretor-geral da BorgWarner no Brasil. No mercado de turbos a principal concorrente da BorgWarner é a americana Honeywell, que, além do Brasil, tem fábrica na França, Itália, Romênia, Índia, Japão e China.