23/01/08 11h43

Novo campo pode dobrar reservas de gás

Valor Econômico - 23/01/2008

A descoberta pela Petrobras do gigantesco campo de gás chamado Júpiter, com espessura de 120 metros localizada a 37 km a leste de Tupi, aumenta as expectativas em torno das reservas na área do pré-sal da bacia de Santos. O banco Credit Suisse divulgou na segunda-feira um relatório de doze páginas onde calcula que as reservas equivalentes de gás e condensado em Júpiter variam de 28 a 45 trilhões de pés cúbicos (TCF) de gás natural, considerando-se que tenha proporções equivalentes às de Tupi (entre 5 a 8 bilhões de barris de petróleo), informou a estatal. Assumindo-se que o campo tenha reservas dessa magnitude, ele permitiria ao Brasil ultrapassar o lugar da Bolívia e da Argentina, hoje segundo e terceiro maiores detentores de reservas de gás da América do Sul. Para se ter outra medida do volume de gás que esse campo pode abrigar, ele permitiria ao país manter o atual consumo - que é de aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos ao dia - por 43 ou 70 anos, ainda segundo os cálculos do Credit Suisse. O diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella, foi cauteloso ontem ao comentar a descoberta, mas não escondeu certa euforia. Estrella admitiu que as expectativas apontam para uma produção no local de tal magnitude que permitam suprir a demanda do país com suas próprias fontes de gás. O diretor foi enfático ao explicar que ainda não é possível calcular o volume de reservas em Júpiter porque a sonda utilizada na perfuração do bloco BM-S-24, onde o campo foi encontrado, precisou ser retirada depois de perfurar 100 metros do reservatório de gás e antes de atingir o fundo da jazida. Segundo ele, ao informar que a estrutura da área pode ter dimensões iguais às de Tupi se referia ao tamanho do reservatório, que tem 1.200 quilômetros quadrados, e não às reservas potenciais. Qualquer que seja o tamanho, a descoberta foi considerada impressionante.