04/11/09 11h23

Nove de Julho terá investimento de US$ 104,7 milhões até 2012

Valor Econômico

Adquirido há cerca de dois anos, o Hospital Nove de Julho receberá nos próximos três anos investimento de R$ 180 milhões (US$ 104,7 milhões), sendo que R$ 120 milhões (US$ 69,8 milhões) serão usados para a construção de um novo prédio, que aumentará em cerca de 50% o número de leitos do hospital paulistano. O Nove de Julho foi comprado em 2008 pelo grupo Esho, empresa denominada atualmente como Life Care e que pertence ao médico Edson Bueno, dono também do plano de saúde Amil.

Trata-se do maior investimento feito em um único período no hospital Nove de Julho, que vivia nos últimos anos uma fase de investimentos escassos por conta de conflitos familiares. Dos R$ 180 milhões (US$ 104,7 milhões) que serão investidos no hospital e na nova torre, metade será proveniente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os outros 50% do caixa próprio do hospital, que deve encerrar o ano com receita de R$ 240 milhões (US$ 139,5 milhões).

As obras do novo prédio, que será erguido ao lado do edifício que abriga o hospital, estão previstas para começar daqui seis meses e devem estar concluídas em 2011. Além dessa ampliação, o Nove de Julho adquiriu esse ano um flat nas proximidades, onde montou um ambulatório com 48 leitos e deverá erguer também um centro médico junto à nova torre com mais 36 apartamentos. A meta do hospital é chegar em 2012 com 484 leitos, ou seja, 73% a mais em relação à capacidade atual. Com a conclusão da nova torre, a previsão é que a receita do Hospital Nove de Julho salte para R$ 420 milhões (US$ 244,2 milhões) em 2012.

Uma das estratégias do Nove de Julho para aumentar a demanda e faturamento é dar maior visibilidade ao seu pronto-socorro. "Não queremos ser lembrados apenas para cirurgias eletivas. Nosso objetivo é ser referência em emergência. Quando o assunto é emergência as pessoas logo lembram dos hospitais públicos, queremos ser mais uma opção", disse o presidente do Conselho do Nove de Julho. A estratégia de voltar os olhos para a área de emergência tem suas razões. O pronto-socorro muitas vezes é o primeiro contato de uma pessoa com o hospital. "Se uma pessoa for bem atendida na emergência, ela volta para outros procedimentos", conta.

A necessidade de manter uma potencial nova clientela também acontece porque hoje seus concorrentes são hospitais como São Luiz e Samaritano, nomes já consolidados no mercado e que nos últimos anos investiram fortemente em suas estruturas.  Segundo Al Odeh, o objetivo é ser um hospital intermediário, que se posicione entre o grupo formado por Albert Einstein, Sírio Libanês e Oswaldo Cruz, e um segundo grupo que tem São Luiz, Samaritano e HCor.