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Novartis investe em inovação para crescer

Valor Econômico – 30/08/10

Quais os novos desafios das indústrias farmacêuticas? Essa é uma das principais perguntas feitas por muitos laboratórios, em meio a um cenário global de altos custos e baixo retorno das pesquisas. A resposta não foge muito à regra. As grandes companhias do setor, se quiserem continuar relevantes nesse segmento, devem manter suas apostas em inovação. A suíça Novartis faz parte do grupo de farmacêuticas que mantém o foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Com um pipeline (produtos em desenvolvimento) de 145 novos projetos, a multinacional teve 20 medicamentos aprovados nos últimos 10 anos.

O lançamento de novos medicamentos está cada vez mais restrito. Nos últimos anos, os registros de novos remédios no FDA (Food and Drug Administration), agência de vigilância americana, têm caído significativamente, enquanto os investimentos em P&D estão em alta. Em seu Instituto Novartis para Pesquisa Biomédica (NIBR, na sigla em inglês), a companhia está buscando um novo caminho para desenvolver novas drogas.

Segundo Adam Hiill, diretor de plataforma do NIBR, em Cambridge, nos EUA, os caminhos para se buscar a cura para um determinado distúrbio não partem mais de pesquisas em cima da doença em si, mas em descobrir o percurso que leva a ela. Com nove unidades espalhadas pelo mundo, o NIBR é composto por 7.000 "cabeças pensantes" e visa estabelecer uma "nova gramática" para as descobertas de novas drogas. A unidade de Cambridge, um dos principais centros de inovação da farmacêutica, conta com cientistas de todo mundo e parcerias com universidades. O instituto fica a poucas quadras de Harvard e também do MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos principais polos de inovação do mundo.

Terceira maior farmacêutica global em receita, com US$ 44,3 bilhões em 2009, a Novartis está entre as dez maiores multinacionais que investem em inovação, atrás do Google, Amazon, Apple e Facebook. Tradicionalmente, o desenvolvimento de um medicamento demora entre nove e quinze anos, com aplicação de cerca de US$ 1 bilhão. Geralmente, de 10 mil moléculas pesquisadas, uma apenas resulta em produto eficiente colocado no mercado.