27/05/10 12h10

Nova tecnologia dá força à espanhola CAF para disputar o trem rápido no País

DCI

A multinacional ferroviária espanhola Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF) acaba de ganhar pontos na disputa pelo desenvolvimento do trem de alta velocidade (TAV) brasileiro, que ligará as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. A empresa anunciou ontem que já desenvolveu e produzirá, até o final deste ano, os TAVs da linha Madri-Paris por meio de uma tecnologia que será transferida à operação da CAF no Brasil, que fica em Hortolândia (SP).

Um dos pré-requisitos que deverão constar do edital para a concorrência do TAV no Brasil, que ainda não foi publicado, é que 60% dos componentes utilizados na fabricação sejam de origem nacional, com transferência de tecnologia para montagem local. Outro diferencial apontado pela multinacional espanhola é que a tecnologia poderá baratear os preços das passagens, um dos entraves apontados por boa parte das empresas privadas interessadas no projeto.

A companhia desenvolveu uma série de modelos de trens de alta velocidade, chamada Oaris, que preveem até oito carros e são dotados de uma tecnologia que permite atingir velocidade de até 350 quilômetros por hora e transportar 500 passageiros. "A capacidade de embarcar 500 passageiros com velocidade máxima de 350 quilômetros por hora torna possível reduzir os preços das passagens", diz o comunicado da empresa. As primeiras unidades estão em fase final de produção na matriz da empresa em Beasain, na Espanha. De acordo com a CAF, é o primeiro trem de alta velocidade com tecnologia 100% espanhola, desde a parte mecânica até componentes elétricos e eletrônicos.

A participação na licitação do TAV entre o Rio e São Paulo está entre os planos mundiais da empresa, que investiu R$ 200 milhões (US$ 114,3 milhões) na construção de uma fábrica no Brasil e emprega cerca de mil funcionários diretos no País. A operação entregará esse ano 100 trens e 750 carros de passageiros encomendados pela CPTM e o Metrô de São Paulo. "Nossa fábrica de Hortolândia já é uma das mais modernas plantas industriais do setor no mundo. Temos, portanto, a inteligência e a infraestrutura para trazer e fabricar a série Oaris no Brasil com toda a tecnologia que ela envolve e que é a mais avançada para os trens de alta velocidade", disse Paulo Fontenele, presidente da empresa.