27/10/09 12h25

Nova parceria busca impulsionar vendas de orgânicos no país

Valor Econômico

Dois conhecedores de peso do mercado de alimentos orgânicos no Brasil decidiram juntar seus conhecimentos para impulsionar as vendas do segmento no mercado interno. Paulo Vilela, fundador e ex-diretor comercial da Cia Orgânica, de café, e Pierre Landolt, proprietário da Fazenda Tamanduá, lançam a empresa Bio Gourmet, de caráter multimarcas e que terá como diferencial o modelo de negócio - vendas diretas em quiosques em centros comerciais. O anúncio será feito amanhã, na abertura da Biofach América Latina, a maior feira de produtos orgânicos do continente, em São Paulo.

O primeiro ponto de venda será no Shopping Nações Unidas, na capital paulista, e a expectativa é de deverão abrir três outros quiosques até meados do ano que vem. Além disso, a Bio Gourmet estuda a criação de uma loja na internet para o atendimento on-line dos consumidores interessados nos produtos.

A linha de frente da nova marca serão os produtos produzidos na Fazenda Tamanduá, no interior da Paraíba: arroz vermelho, queijos e mel. Mas o portfólio contará com produtos de outras marcas, incluindo vinhos e azeites (alguns importados), geleias, barras de cereais e cosméticos. "A intenção é ter 70% de mix fixo e 30% para o pequeno produtor que não consegue passar pela peneira duríssima de um supermercado", diz Vilela. Segundo ele, os primeiros meses servirão para entender o gosto do consumidor para eventuais ajustes. Com um investimento inicial de R$ 150 mil (US$ 87,2 mil), a nova marca já começa a chamar a atenção de outros Estados, diz o executivo. "Já tem gente pedindo para franquear em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Ceará," diz ele. "Mas ainda precisamos realizar o sucesso para depois partir para isso".

A grande vantagem desse novo modelo de negócio seria facilitar a chegada dos produtos produzidos no país de forma orgânica - que não levam agrotóxicos - e biodinâmica - que preconiza o bem-estar e olha a propriedade como um organismo vivo. A expectativa de Vilela é de que, facilitando a venda desses produtos, o portfólio nacional de orgânicos e biodinâmicos seja fomentado. Segundo estimativas do governo, o setor movimenta R$ 500 milhões (US$ 290,7 milhões) por ano e envolve 15 mil produtores no Brasil, com uma área de cultivo da ordem de 800 mil hectares - excluindo o extrativismo, que eleva a estimativa para 5 milhões de hectares. O mercado internacional absorve 70% da produção brasileira.Os produtores enxergam o orgânico como uma forma de agregar valor, em um setor esmagado pelas baixas margens e pela a necessidade de grande produção.