07/11/22 13h55

Nova Odessa é primeira cidade na RPT com torre 5G licenciada

Tecnologia deve chegar nos próximos anos a municípios de São Paulo

O Liberal

A RPT (Região do Polo Têxtil) já tem uma estação 5G licenciada. Fica em Nova Odessa, nas proximidades da Rodovia Anhanguera (SP-330), no Jardim São Francisco. Trata-se da versão NSA (non-standalone), que usa parte da infraestrutura do 4G.

Segundo consta no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a torre de Nova Odessa está licenciada na faixa de frequência 2,3 GHz (gigahertz), com subestação na faixa 5G.

Presidente da Abrintel (Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações), Luciano Stutz afirma que é inesperado a cidade de Nova Odessa já ter uma estação licenciada 5G. Isso porque, diz, existe um cronograma da Anatel para implantação em 2024 e só foram contempladas, até agora, as capitais e 26 cidades com mais de 500 mil habitantes.

“Hoje, o normal, é que municípios com menos de 500 mil habitantes [Nova Odessa tem cerca de 60 mil] não tenham nenhuma cobertura 5G ativada. Provavelmente, está licenciada, mas não em operação”, comentou.

Segundo a Anatel, toda estação já licenciada pode ser ativada. A entidade destaca que o edital do 5G, realizado no ano passado, licitou diferentes faixas de frequências para o serviço móvel, entre elas a de 3,5 GHz.

Está é a principal faixa para o desenvolvimento do 5G, onde a Anatel estabeleceu compromisso de ativação de estações já com a tecnologia standalone (autossuficiente, em inglês) ou SA ou 5G “pura”.

A Anatel explica ainda que as prestadoras de telefonia detêm autorização para utilizar faixas como a 2,3 GHz [caso de Nova Odessa] para implantação de redes 5G NSA ou 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, na sigla em inglês). “Trata-se de um processo natural de evolução das redes das prestadoras”.

De acordo com o professor do Instituto de Computação da Unicamp, Luiz Fernando Bittencourt, para que o 5G possa atingir uma área ampla, serão necessárias mais antenas que no 3G e no 4G, pois as maiores capacidades de transmissão acontecem em frequências mais altas, que têm um alcance menor.

“Penso que as operadoras devem procurar entender qual a situação atual da legislação sobre instalação de antenas nas cidades para poder criar a infraestrutura de comunicação necessária para o 5G ficar mais amplamente disponível”, enfatiza.

Segundo a Anatel, o 5G standalone ou 5G “puro” se dará a partir da liberação para uso na faixa de 3,5 GHz. Conforme cronograma da entidade, em cidades com 200 mil habitantes ou mais – caso de Americana, Sumaré e Hortolândia – a liberação está prevista a partir de 30 de junho de 2023. Em Nova Odessa, só a partir de 1º de janeiro de 2026.

Ao todo, a RPT tem 366 torres de telefonia móvel. O município de Americana concentra o maior número com 93 instalações, seguido por Santa Bárbara d’Oeste com 85, Hortolândia com 77, Sumaré com 76 e Nova Odessa com 35 (sendo uma delas com tecnologia 5G).

O que dizem as operadoras – Em nota, a Claro disse que “já ativou o 5G+ em todas as capitais e Distrito Federal, e está preparada para a expansão gradativa da tecnologia, de acordo com o cronograma estabelecido pelas autoridades responsáveis, à medida que a faixa de 3,5 GHz for liberada em cada estado”.

A TIM, por sua vez, afirmou que “ainda não possui torres 5G em Nova Odessa e não há previsão para ativação, que segue o calendário da Anatel”. A operadora Vivo também foi procurada, mas não se manifestou.

Fonte: https://liberal.com.br/cidades/nova-odessa/nova-odessa-e-primeira-na-rpt-com-torre-5g-licenciada-1861456/