Nova leva de ofertas testa mercado mais seletivo

Valor Econômico - 04/05/2007

Depois de um primeiro quadrimestre animado, com 21 estréias de empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), uma nova leva de ofertas iniciais de ações começa a chegar às prateleiras de análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar de o investidor já ter dado mostras, em algumas operações, de que começou a ficar mais seletivo, as empresas continuam recorrendo ao mercado de capitais para se financiar. Entre as novatas que já pediram registro de companhia aberta e também submeteram ofertas de ações para análise estão a construtora EZ Tec, o banco Bonsucesso, o frigorífico Marfrig, a SLC Agrícola e a gestora Tarpon. No entanto, a expectativa é que novas operações comecem a chegar. No fim de abril houve um movimento intenso de ofertas, por conta das companhias que correram para obter o registro com as demonstrações financeiras de 2006. A expectativa é a de que as ofertas iniciais dessa nova leva comecem a desembarcar no mercado a partir de junho, dado o tempo que a autarquia tem para avaliar as operações. Pelos cálculos da superintendência de registro da CVM, só com as ofertas que já estão sendo analisadas, há cerca de R$ 7,5 bilhões (US$ 3,7 bilhões) que podem se efetivar como operações registradas. Esse valor ainda inclui, porém, operações que tiveram interrupções de prazo solicitadas pelas próprias companhias, como é o caso da Atmosfera e da Serasa. Além das ofertas que foram interrompidas há os casos daquelas empresas que chegaram a apresentar operações, mas depois desistiram de ir ao mercado, como a Goldfarb, a CPM, a CMS Energy. O montante total de ofertas de ações já registradas esse ano, incluindo os certificados de depósitos de ações (units e BDRs) e as ofertas de empresas que já eram abertas (que não constituem oferta inicial), já chega a R$ 19,5 bilhões (US$ 9,6 bilhões) só no primeiro quadrimestre. Desse total, R$ 13,3 bilhões (US$ 6,5 bilhões) correspondem a empresas que estão estreando no mercado. No ano passado inteiro, foram registrados R$ 31 bilhões (US$ 14,2 bilhões), volume que deve ser superado em 2007 na expectativa dos especialistas. Em 2006, foram 26 novas empresas que se listaram na Bovespa, número que já está quase sendo atingido neste ano.