26/11/12 15h19

Nova fase das montadoras eleva automação em unidades

Brasil Econômico

A era dos robôs ganha mais força na linha de montagem das novas fábricas que se instalam por aqui

O tempo em que se encontravam vários funcionários apertando parafusos, utilizando equipamentos de solda na montagem dos veículos ficou para trás. Agora, as novas fábricas que estão se instalando por aqui trazem o que há de mais novo em automação. Na unidade da Hyundai Motors do Brasil, em Piracicaba, no interior de São Paulo, por exemplo, são usados cerca de 300 robôs em todas as etapas de produção para uma capacidade instalada de 150 mil carros por ano. Lá a montadora coreana conta com 1,8 mil empregados. Isso quer dizer que cada funcionários monta em média 83 carros por ano.

Já a fábrica da General Motors em Gravataí, no Rio Grande do Sul, inaugurada em 1997, sofreu uma expansão e a montadora passou a contar com 750 robôs em todas as etapas.A capacidade instalada saltou de 230 mil unidades por ano para 380 mil anuais. A GM emprega em Gravataí, cerca de 3 mil funcionários. Com isso, a fábrica também aumentou o volume de automóveis montados por funcionário, de em torno de 75 para 125 por ano.

“Nessa reforma aumentamos a nossa automação, principalmente em etapas com risco maior, com a soldagem e a estamparia. Isso é uma tendência na indústria. Mas não quer dizer que vá tirar o número de funcionários. Colocamos a mão de obra emetapas onde há a necessidade da precisão humana, como na montagem do carro”, disse o presidente da GM Mercosul, Jaime Ardila.

Gravataí é a fábrica com o maior índice de automação da GM no país. A unidade mais antiga, São Caetano do Sul, hoje tem 230 robôs, numa linha que monta seis modelos diferentes. Lá a montadora emprega, somente na linha de montagem 8 mil funcionários e tem uma capacidade anual de cerca de 270 mil carros. O índice nesse caso é de 21 carros por funcionário a cada ano. A fábrica também recebeu investimentos de R$ 1,4 bilhão para a renovação de toda o portfólio de produtos que sai da linha de montagem.
 
“O aumento da automação nas fábricas se justifica com a elevação do volume produzido. A busca pela produtividade e em contrapartida o aumento dos custos da mão de obra, faz com que elas adotem mais robôs em suas linhas de montagem. Essa é a tendência. Vamos ver cada vez mais atividades antes feitas pela mão humana, desenvolvidas por braços mecânicos”, disse o consultor automotivo e conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE), Francisco Satkunas.

Na Hyundai de Piracicaba, a mecanização da linha impressiona mesmo aos olhos treinados e acostumados com essas modernidades. Lá a montadora robotizou, por exemplo, toda etapa de solda. São 105 robôs e 145 funcionários em dois turnos de produção, que ficam no controle das máquinas.

A pintura também é bastante automatizada. São 42 robôs para 103 funcionários para cada turno de trabalho, o que dá um índice de 73% de automação. Já a montagem tem apenas 5% de automação. Nessa etapa de produção a utilização da mão de obra é mais intensiva. São 234 funcionários por turno de produção.

“A rapidez na produção depende de uma série de fatores, mas a robotização contribui bastante para se atingir um alto nível de produtividade”, disse o gerentegeral da fábrica, Eugênio Césare. E contribuiu mesmo. Nessa fábrica da Hyundai, uma das mais modernas da companhia no mundo, um carro pode ser produzido em 16 horas, contando desde o corte das chapas de aço até o final da montagem. Esse índice, se comparado com a GM por exemplo, é alto. Em Gravataí, a mais fábrica mais automatizada da empresa american, todo o processo para a fabricação de um automóvel dura cerca de 20 horas. Novos tempos.