18/03/11 11h52

Nova fábrica da Comil será instalada na região Sudeste

Valor Econômico

Diante da perspectiva de esgotamento da capacidade instalada em Erechim, a quase 400 quilômetros de Porto Alegre, até o fim deste ano, a fabricante de carrocerias de ônibus Comil estuda a construção de uma unidade industrial no Sudeste do país. A empresa está avaliando oportunidades para se instalar em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Minas Gerais, que juntos representam 75% da demanda brasileira de ônibus urbanos, disse ontem o diretor superintendente Sílvio Calegaro. De acordo com ele, o plano também é reduzir gastos com o transporte dos chassis produzidos pela Mercedes Benz em São Paulo e pela MAN (com marca Volkswagen) no Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul e depois com o envio dos veículos prontos para a região Sudeste. Em cada um desses trechos os produtos precisam viajar pelo menos mil quilômetros.

Se o investimento for confirmado, a Comil seguirá os passos da líder do setor no país, a Marcopolo, que em 2001 adquiriu o controle da Ciferal, de Duque de Caxias (RJ), e dois anos depois especializou a unidade na produção de modelos urbanos. A empresa de Erechim é a quarta maior indústria de carrocerias do país no ranking de 2010 da Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus), atrás da Marcopolo/Ciferal, da Induscar e da Neobus. No mercado externo, que representou 23,5% da receita líquida consolidada de R$ 339 milhões (US$ 192,6 milhões) em 2010, a Comil quer reproduzir em outros países, sobretudo da América do Sul, o modelo da parceria firmada em 2009 com a MAN no México. Pelo acordo, a empresa brasileira envia carrocerias parcialmente desmontadas que são acopladas aos chassis na fábrica da parceira na cidade de Querétaro.

A receita líquida da Comil em 2010 foi 16,8% superior à de 2009 e a previsão é chegar a R$ 438,4 milhões (US$ 249,1 milhões) em 2011, quando a empresa também projeta uma expansão de 10% no mercado brasileiro do setor em relação às 32,6 mil unidades produzidas ano passado. A Marcopolo, que detém ainda 45% de participação na Neobus, encerrou 2010 com receita líquida de R$ 3 bilhões (US$ 1,7 bilhão) (alta de 46,5%) e prevê chegar a R$ 3,15 bilhões (US$ 1,9 bilhão)em 2011. A produção da Comil cresceu 22,4% no ano passado, para o recorde de 3,2 mil unidades (1,4 mil urbanos, 1,3 mil rodoviários e o restante micro-ônibus) e a previsão para 2011 é fabricar 4 mil carrocerias. O volume médio avançou de 12 para 16 unidades por dia de janeiro até dezembro, está agora em 17 e deve alcançar o teto da capacidade instalada de 20 veículos diários até o fim deste ano.