15/10/09 11h04

Nokia, Siemens, Huawei e NEC tentam viabilizar tecnologias

DCI

A nova geração de tecnologias ligadas à transmissão de dados e voz considera um perfil de usuário em comum: um consumidor que tem acesso amplo à rede de dados, que consome tecnologia de ponta e quer serviços personalizados. Mas a chegada desse futuro, que empresas como Nokia Siemens, Huawei e Ericsson testam em tecnologias como o long-term evolution (LTE, ou evolução de longo prazo), que promete uma otimização do espaço de transmissão de dados disponível e depende de um ambiente propício, segundo Ricardo Silva, diretor de Marketing Estratégico para a América Latina da Nokia. Além das condições de infraestrutura e negócios, segundo ele, é preciso também que os aparelhos celulares acompanhem essa evolução. Segundo ele, a transição para o LTE deve acontecer de 3 a 5 anos.

Para Gilson Cereda, diretor de Negócios para Redes Móveis da Ericsson, "o LTE é a evolução da banda larga móvel". Segundo ele, o LTE - considerado a quarta geração da banda larga (4G) - é uma evolução do que já se tem disponível e que, atualmente, atende à demanda de banda larga. Segundo ele, os usuários de banda larga móvel representam 40% da demanda mundial por banda larga. "Em 2010, os usuários de banda larga móvel serão maioria", afirma. Cereda justifica essa demanda em função da praticidade que a mobilidade oferece. Ainda que as pesquisas sobre a tecnologia estejam bastante avançadas e que, segundo Cereda, "é uma tecnologia que vai responder por 95% dos celulares do mundo", o cenário brasileiro é pouco animador para fabricantes e operadoras.

A Ericsson, que já prepara o lançamento de uma fábrica no País para produzir equipamentos para LTE e usar o Brasil como base para exportação de equipamentos, espera definições como o uso da faixa de freqüência de 2,5 GHz, que está em consulta pública pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) até amanhã, e que deve dividir a faixa de freqüência - considerada ideal para o uso do LTE -, que até então era usada exclusivamente pelas operadoras de Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais (MMDS). Portugal Telecom (PT), empresa, que divide com a Telefônica o controle da Vivo, cobrou ontem, durante o Futurecom 2009, evento que reúne empresas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação, da Anatel, que para trazer a nova tecnologia ao País já no próximo ano precisa da oferta de espectro de 2,5 GHz.

Investindo nessa ideia de futuro, Herberto Yamamoto, presidente da NEC Brasil, empresa que atua com soluções redes e tecnologia de informação, acredita que até o final do ano, 170 milhões de pessoas serão usuários de algum serviço móvel no Brasil - serviço de voz ou dados. Yamamoto acredita também no crescimento da demanda de serviços "além de voz" - beyond voice, serviços disponíveis para telefones celulares que vão além do uso comum de conversação e compreendem a transmissão de dados. O primeiro passo, segundo Yamamoto, para que essas tecnologias cheguem ao usuário e sejam viáveis como negócio para as empresas é a disponibilidade de rede. A NEC Brasil faturou em 2008 R$ 480 milhões (US$ 262,3 milhões) e pretende investir em laboratórios e infraestrutura para novos negócios em 2010, cerca de R$ 15 milhões (US$ 8,7 milhões).

Com investimentos de R$ 260 milhões (US$ 151,2 milhões), até 2013, Algar Telecom (CTBC) migrará toda sua rede, responsável pelo tráfego de voz, dados e imagens para uma rede de alta capacidade. O modelo de rede chamado Next Generation Networks (NGN) é baseado em protocolos IP e é a base de infraestrutura para a implantação de tecnologias como o LTE. Apesar dos investimentos, Luis Antônio Andrade Lima, diretor de projetos estratégicos da empresa, diz que o investimento só será rentável nos próximos cinco anos.