27/12/10 11h28

Noble já fatura US$ 1 bilhão no Brasil

Noble já fatura US$ 1 bilhão no Brasil

Há quatro anos, o grupo asiático Noble Group tinha seis funcionários no Brasil e uma operação que se limitava basicamente ao negócio de compra e venda de commodities. Em velocidade asiática, nesses últimos quatro anos a Noble entrou num ciclo de crescimento no país que significou aportes de cerca de US$ 2 bilhões em um vasto portfólio de negócios, extrapolando a originação de matérias-primas agrícolas e minerais, para serviços logísticos, processamento de grãos e café, produção de biocombustíveis e de açúcar. O brasileiro Ricardo Leiman, que há um ano deixou a diretoria de operações mundiais da empresa para ser o CEO global da Noble, antecipa que a empresa no Brasil deve fechar 2010 com uma receita de US$ 1 bilhão, um crescimento nada desprezível de 66% ante os US$ 600 milhões registrados em 2009. Mundialmente, a companhia, listada na bolsa de Cingapura, fatura US$ 40 bilhões.

A tendência é que a fatia brasileira nas receitas do grupo cresça. Ele afirma que o Brasil foi o país escolhido pelo grupo como região estratégica em produtos agrícolas. Com terras disponíveis, solo e clima favoráveis, o Brasil tem os patamares de custos de produção adequados às estratégias da empresa. O fato é que hoje, o Brasil, onde a Noble tem 8 mil funcionários, é um celeiro de projetos da empresa. A multinacional colocará em breve em operação uma esmagadora de soja com capacidade para processar 1,3 milhão de toneladas do grão por ano e uma planta de biodiesel no Estado de Mato Grosso, maior produtor nacional de soja. Além disso, vai inaugurar, no segundo semestre de 2011, um terminal intermodal de açúcar e grãos em Votuporanga (SP), com capacidade para movimentar 1 milhão de toneladas. O objetivo, diz Leiman, é usar a infraestrutura para volumes próprios e também prestar serviço a terceiros. O investimento mais recente da Noble no Brasil foi a aquisição das duas usinas paulistas de açúcar e álcool do grupo Cerradinho, por R$ 1,6 bilhão (US$ 941,2 milhões), há duas semanas.

A empresa já tinha duas unidades e, agora, com quatro usinas passará a processar 17,5 milhões de toneladas de cana, o que a posicionará entre os maiores do setor. Juntas as unidades vão produzir 1,34 milhão de toneladas de açúcar, 600 milhões de litros de etanol e cogerar 750 mil megawatts-hora a partir do bagaço da cana. A empresa já está operando um terminal de combustíveis líquidos no porto de Itaqui, no Maranhão, e construindo um terminal graneleiro em Santos. Também tem duas misturadoras de fertilizantes, produto objeto de troca com produtores rurais por commodities.