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No mesmo fio, moda e carga pesada

Valor Econômico - 14/04/2008

Depois de operar por 15 anos de forma separada, as divisões da Rhodia de fios têxteis usados para vestuário e a de fios industriais foram integradas em janeiro em uma única plataforma de negócios, que agora passa a se chamar Rhodia Poliamida Fibras. Ao reunir em uma área os fios têxteis e os industriais, a companhia pretende criar produtos que possam ser vendidos, ao mesmo tempo, aos mercados de moda e de alta performance, como roupa para bombeiro e carteiro. O primeiro produto desenvolvido pela nova área leva o nome de Nitya. Trata-se de um fio altamente resistente a rasgos, perfurações e abrasão. Mas a grande novidade desta poliamida, segundo a empresa, é a sua capacidade de absorver tingimentos de forma homogênea. "Conseguimos desenvolver um produto em que a tinta é totalmente absorvida. A cor fica homogênea e não com falhas. Hoje, o consumidor não quer só um produto eficaz, precisa ter também um visual bacana", diz Elizabeth Namour Haidar, gerente de marketing da Rhodia Poliamida Fibras. O Nitya demandou pesquisas de um ano e investimentos de R$ 1,2 milhão (US$ 685,7 mil). A expectativa da Rhodia é chegar ao final deste ano produzindo de 100 a 150 toneladas de Nitya, por mês. "Acreditamos que seja possível ter um faturamento de R$ 15 milhões (US$ 8,6 milhões) a R$ 20 milhões (US$ 11,4 milhões) por ano", diz a executiva. Ela explica que o Nitya permite a criação de diferentes produtos como roupas para esportes radicais, calçados e acessórios, vestuário com apelo "fashion" e uniformes para Polícia Militar, Exército, Correios e estofados. .Atualmente, a produção do Nitya é feita na fábrica de Santo André, no ABC paulista, onde são produzidos os demais fios da Rhodia. A Invista importa o Cordura dos Estados Unidos e Argentina.  A produção total da fábrica de fibras da Rhodia em 2007 foi de 25 mil toneladas, sendo que 10% foram exportados para Argentina e Colômbia. A fábrica de Santo André tem papel estratégico para a Rhodia pois é a única unidade têxtil da companhia francesa no mundo. O Brasil foi escolhido para abrigar a fábrica porque todas as etapas de produção da poliamida são integradas no próprio país. No ano passado, a Rhodia Brasil faturou US$ 1,2 bilhão, sendo que a área de fibras representou 10% desse valor.