No interior de SP, a 'febre do etanol'
O Estado de S. Paulo - 01/12/2006
A indústria das cidades paulistas de Sertãozinho e Piracicaba se prepara para crescer no ritmo frenético esperado pela 'febre' do etanol - com o anúncio de até uma centena de novas unidades de produção de açúcar e álcool no País até meados da próxima década. Os municípios, além de pólos produtores e exportadores de açúcar e álcool, são os principais centros do País da indústria de base para o setor. A Case IH, que escolheu Piracicaba para centralizar sua produção mundial de colheitadeiras de cana-de-açúcar, anunciou a abertura de uma segunda linha de montagem para suprir a demanda do setor sucroalcooleiro. Até maio, a fábrica vai ampliar a capacidade de produção de 2 para 2,8 unidades por dia. Só no Brasil, o mercado de colheitadeiras de cana saltou de 40 unidades em 2003 para 350 este ano. Há projeções de até 460 máquinas para 2007. Berço da indústria sucroalcooleira paulista, Piracicaba aposta no fato de ser, segundo o secretário da Indústria e Comércio local, Luciano Santos Tavares Almeida, 'o único lugar no mundo que reúne a cadeia completa do álcool, desde o produtor de cana até a exportação, passando por universidades e centros de pesquisa'. Em Piracicaba, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o crescimento no nível de emprego no ano é de 6% e nos últimos doze meses chegou a 6,64%, com 5 mil e 5,5 mil vagas formais criadas, respectivamente, na indústria local. Já Sertãozinho, com sete usinas de açúcar e de álcool - como a Usina Santa Elisa - e 500 empresas, 450 delas ligadas ao setor sucroalcooleiro, busca na ampliação do seu parque industrial e na capacitação da mão-de-obra o diferencial para poder suportar a demanda exigida pelo boom do setor no País.