10/07/12 15h39

No exterior, OCDE afirma que economia brasileira está crescendo

Brasil Econômico

Relatório divulgado ontem avalia que o Brasil é um dos únicos países em processo de recuperação econômica

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou ontem que o Brasil é o único país entre as maiores economias industrializadas  que está em uma fase de aceleração econômica. A instituição é uma das únicas a respaldar os argumentos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a economia apresentará um ritmo de crescimento maior a partir do segundo semestre deste ano.

Segundo a OCDE, nos últimos cinco meses o país tem melhorado seus índices de atividade econômica, embora ainda esteja abaixo de seu potencial de crescimento. Em uma linha de cálculo que define o valor de 100 como a tendência de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo, o Brasil atingiu em maio 99,2 pontos. Se seguir o ritmo de aceleração observado desde janeiro, em agosto o país terá ultrapassado a linha base de 100 pontos.

Entre as nações que compõem a sigla Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único em processo de recuperação econômica. No último relatório da organização, apenas a Rússia superou a marca de 100 pontos (100,3), embora complete o quarto mês consecutivo de baixa. China (99,2) e Índia (97,8) também registraram quedas.

AOCDE, em outro relatório divulgado anteriormente, prevê um crescimento de 3,2% para o PIB brasileiro neste ano, algo mais próximo do que projeta o ministro Guido Mantega (Fazenda), entre 3% e 4%. A percepção otimista da instituição vai de encontro à de economistas brasileiros, preocupados com a forte queda da produção industrial. Segundo o  economista Gilberto Braga, professor  do Ibmec, a visão positiva da organização se deve em maior medida pelo cenário de queda das maiores economias globais.

“O Brasil ainda está crescendo, mesmo que seja de forma mais discreta”, diz. “Temos ainda uma geração de emprego expressiva e o crescimento de renda que faz o país destacar-se frente a países europeus e asiáticos que estão em franca desaceleração”, avalia Braga. Ele cita também setores produtivos que trazem divisas e que criam boa percepção internacional. “Temos a indústria extrativa e a agroindústria que ainda estão fortes. Ambev e BR Foods são muito bem avaliadas externamente”, comenta.

Rodrigo Zeidan, professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral, afirma que há a sensação de que a economia brasileira estagnou, o que não está correto. “Não existe um problema grave que cause uma paralisia da economia nacional. Cresceremos algo em torno de 2%, mas isso pode ser algo bom em um ano péssimo no âmbito internacional e caso o país aproveite para se preparar para 2013”, avalia Zeidan.

Ele entende que a linha de tendência do PIB, emdeclínio desde o segundo trimestre de 2010, se reverterá no semestre. “A não ser que haja um colapso europeu e uma queda grave de China, voltaremos a crescer em ritmo acelerado”, projeta