01/07/10 10h48

Nível de ocupação da indústria volta a subir

O Estado de S. Paulo

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) voltou a cair em junho 0,7% na comparação com o mês anterior, mas esse ligeiro recuo não indica perda de vigor da atividade industrial. Boa parte dos indicadores da sondagem usada para apurar o índice se mantém ainda em patamares elevados. O índice, que recuou para 115,3 pontos em junho, depois de ter atingido 116,1 pontos em maio, praticamente retornou para o patamar de abril deste ano, que é semelhante ao de junho de 2008, quando a crise internacional não tinha afetado a economia brasileira. Já o nível de utilização da capacidade das fábricas, por exemplo, cresceu de 84,9% em maio para 85,5% em junho, alcançando o ponto mais alto desde agosto de 2008 (86,1%). "Há uma acomodação da indústria num patamar elevado, comparado aos bons momentos da atividade de 2007 e 2008", diz o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo.

Outro resultado da sondagem que confirma o vigor da indústria é nível de estoques. De maio para junho, caiu de 5,6% para 3,2% o porcentual de empresas com volume excessivo de produtos em seus armazéns. Em contrapartida, aumentou de 6,1% para 6,2% a fatia de companhias com estoques insuficientes. A sondagem consultou no mês passado perto de 1,2 mil indústrias que, juntas, faturam cerca de R$ 600 bilhões por ano. A situação atual dos negócios também indica uma certa acomodação. De maio para junho, aumentou de 55,1% para 60,5% a fatia de companhias que avalia como estável esse quesito.

A produção prevista para três meses, isto é, entre junho e agosto, aumentou pelo segundo mês consecutivo. Em junho, 44,4% das indústrias informaram que projetam crescimento da produção para o período, ante 40,5% em maio e 38,4% em abril, quando houve forte retração na comparação com o mês anterior. O cenário para a produção industrial também é favorável quando se avalia um período mais longo, de seis meses. Em junho, apenas 2% das indústrias consideram uma piora na situação futura dos negócios, menos da metade do resultado de maio (4,2%) e bem distante do de junho do ano passado (29%). Campelo destaca que, em junho, mais da metade das indústrias (54,8%) espera melhora nos negócios em seis meses. É uma fatia menor do que a obtida em maio (64,5%), mas reflete otimismo moderado, já que nesse período cresceu de 31,3% (em maio) para 43,2%(em junho) as que esperam estabilidade.