05/11/08 15h13

Nível de ocupação da indústria continuou alto

Valor Econômico - 05/11/2008

A utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria chegou a 83,3% em setembro, nível muito próximo do recorde de 83,4% verificado em julho deste ano. Em agosto, estava em 83% e, em setembro do ano passado, 82,8%. O segmento que mais ocupou a capacidade foi o de outros equipamentos de transporte, com acréscimo de 8,8 pontos percentuais em relação a setembro do ano passado, seguido de couros/calçados (3,4 pp) e edição/impressão (2,5 pp). Em setembro, duas áreas - produtos químicos e material eletrônico e de comunicação - ficaram estáveis e três tiveram redução da UCI, os de máquinas/equipamentos, madeira e refino/álcool. As informações constam da pesquisa mensal Indicadores Industriais realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na visão dos economistas da entidade, Flávio Castelo Branco e Marcelo de Ávila, a elevação da UCI não preocupa porque está havendo investimentos. Como exemplo, citam o bom desempenho do faturamento, das horas trabalhadas, do emprego e da massa salarial nas empresas fabricantes de máquinas e equipamentos. Para a CNI, a relação entre oferta e demanda, neste ano, é completamente diferente da que ocorreu em 2004, quando o salto da UCI foi muito rápido e provocou inflação. Também argumentam que, apesar de alguma volatilidade, o patamar da UCI tem se mantido estável em 2008. "Há uma síndrome do medo de elevação da UCI, mas nos próximos meses, com a crise, isso deixará de existir", comenta Castelo Branco. Os indicadores industriais em setembro tiveram impacto positivo do maior número de dias úteis e recuperaram o espaço perdido em agosto. Os números da CNI também revelam que, em setembro, não foram verificados impactos da crise financeira global e do aumento dos juros no Brasil. Esses efeitos, segundo Castelo Branco, devem ocorrer no início do ano que vem. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2009, deverá ser de 3,5%, mas trata-se de análise "preliminar" da CNI.