18/06/08 14h58

Nilza ignora Parmalat e adquire Montelac

Valor Econômico - 18/06/2008

A Indústria de Alimentos Nilza, do empresário Adhemar de Barros Neto, adquiriu o laticínio Montelac, atravessando o caminho da Parmalat, que havia firmado memorando de entendimentos com a empresa mineira para aquisição de seus negócios de leite em março deste ano. A Parmalat, controlada pela Laep Investments, pagaria R$ 100 milhões (US$ 61,3 milhões) pela Montelac. Mas menos de um mês após o anúncio do negócio, a Montelac desistiu da venda, o que levou a Parmalat à Justiça contra a empresa por causa da rescisão do memorando - o processo corre sob segredo de Justiça. A decisão da Montelac coincidiu também com o anúncio da compra do laticínio Morrinhos, de Goiás, pela GP Investimentos, por R$ 308 milhões (US$ 189 milhões). A empresa goiana, aliás, também tinha recebido oferta da Nilza. O valor da operação entre GP e Morrinhos teria sido uma das razões para a Montelac, que tem entre seus sócios o empresário José Eustáquio de Sena, desistir do negócio com a Parmalat. Conforme apurou o Valor, a Nilza teria desembolsado cerca de R$ 130 milhões (US$ 79,8 milhões) pela Montelac, R$ 30 milhões (US$ 18,4 milhões) a mais do que o acertado no acordo com a Parmalat. Com a Montelac, a Nilza ganha uma captação adicional de cerca de 400 mil litros de leite por dia, processados nas unidades de Itamonte - que no passado pertenceu à Parmalat - e Campo Belo. Hoje, a empresa de Adhemar de Barros Neto, sediada em Ribeirão Preto (SP), processa ao redor de 750 mil litros de leite por dia. Além de ampliar a captação, a Nilza ganha um novo produto em seu portfólio, o leite em pó, que a Montelac vende com a marca Milênio em sua linha profissional. A Montelac também comercializa as marcas Dona Mineira, Fazenda Mineira e Canto Belo. Além de leite em pó, produz leite longa vida, achocolatados e bebida láctea, informa em seu site. Em Ribeirão Preto, a Nilza produz leite longa vida, creme de leite, achocolatados, manteiga, queijo e requeijão.