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Nestlé busca personalizar o gosto a partir do Brasil

Valor Econômico - 01/11/2007

A Nestlé, líder mundial do setor de alimentos, iniciará este mês no Brasil uma pesquisa de milhões de dólares para desvendar mistérios do gosto. O país foi escolhido por sua "riqueza genética" e a meta é tentar "personalizar o gosto". A Netslé quer antecipar tendências dos próximos dez a quinze anos para desenvolver alimentos com receitas específicas a grupos diferenciados de consumidores em torno do mundo. Werner Bauer, vice-presidente para inovação, tecnologia e pesquisa, aposta em "idéias fortes" para manter distância da concorrência e estima que a "nova era" conduzirá à "nutrição personalizada". Com faturamento de US$ 67 bilhões entre janeiro-setembro deste ano, Nestlé investe anualmente cerca de US$ 1,5 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de produtos, cujos sabores podem variar conforme a região onde são vendidos. A pesquisa no Brasil será, porém, mais ampla e ambiciosa. Quer avaliar a influência do perfil genético de uma pessoa na sua sensibilidade aos gostos. Mapear isso poderá abrir um potencial enorme de novos produtos e mais faturamento. A Nestlé montou um consórcio com institutos de pesquisa do cérebro nos Estados Unidos, Brasil e Suíça, para o estudo que terá duração de três anos. A Nestlé investe também em outras pesquisas sobre mecanismos permitindo ao cérebro integrar diferentes modalidades sensoriais, um dos grandes mistérios da neurobiologia moderna. Com um instituto no México, estuda também a influência potencial exercidas pelos genes sobre as necessidades nutricionais individuais.