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Neoenergia estuda CESP e Brasiliana

Valor Econômico - 02/08/07

A Neoenergia, holding que controla ativos no setor de distribuição, geração e comercialização de energia no Brasil, observa de perto as movimentações do setor. Com a disposição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em negociar sua fatia de 49,99% na Cia. Brasiliana de Energia e com a provável venda da segunda maior estatal de geração do país, a CESP, a holding admite que estuda esses ativos. A CESP tem capacidade de gerar 7,5 mil megawatts (MW), mas não recebeu o sinal verde de seu controlador, o governo paulista. Já o caso da Brasiliana é diferente. Com a decisão do BNDES em se desfazer de sua participação, o processo de negociação está em andamento. A americana AES, que detém 50,01%, também poderá negociar sua fatia no mesmo momento, devido a uma cláusula contratual.  Agora, quem arrematar a Brasiliana leva a maior distribuidora de energia da América Latina, a AES Eletropaulo, e o controle da AES Tietê, um conjunto de 10 usinas hidrelétricas no Estado de São Paulo com capacidade de 2,156 mil MW. Além disso, a empresa é dona da comercializadora de energia Infoenergy, da térmica Uruguaiana e outros ativos. Contudo, o executivo da Neoenergia anda preocupado mesmo é com a falta de projetos hidrelétricos à disposição dos investidores. Mas diz não ver risco de desabastecimento de gás natural. Controladora da distribuidora baiana Coelba, da pernambucana Celpe e da potiguar Cosern, além de possuir ativos na área de geração e de comercialização de energia, a holding, por ora, investe mesmo é na ampliação de seu parque gerador. E o foco é a matriz hídrica e o uso de gás natural.  Segundo o presidente da Neoenergia, a companhia vai aplicar R$ 1,3 bilhão (US$ 691,5 milhões) para acrescentar 450 MW ao seu atual potencial gerador que é próximo dos 996 MW. O lucro líquido no primeiro semestre de 2007 alcançou R$ 657,38 milhões (US$ 349,7 milhões), representando um acréscimo de 37,71% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior.