28/12/10 13h42

Negócios de última hora movimentam mais de US$ 185,3 mi

Valor Econômico

Transações imobiliárias importantes estão sendo fechadas nos últimos dias do ano, para garantir caixas mais polpudos aos vendedores ainda no balanço de 2010 e também como prova do aquecimento do setor. Ontem a Stan comprou 29,7% de um empreendimento na Faria Lima, do qual já era sócia, por R$ 52,4 milhões (US$ 30,8 milhões). Na semana passada, a JHSF anunciou a venda de metade do edifício corporativo que integra o complexo Cidade Jardim para um fundo imobiliário por R$ 265,7 milhões (US$ 156,3 milhões).

A Stan comprou a participação do empreendimento da Brazil Hospitality Group (BHG), empresa do ramo hoteleiro, controlada pela GP Investments, que nasceu após a incorporação da Invest Tur pela LA Hotels, em fevereiro de 2009. A BHG entrou no negócio por ser dona do terreno de 7,5 mil metros quadrados, contíguos a outro terreno, de 6,5 mil m2, pertencente à Bramex, fundo que reúne Stan, o empresário João Alves de Queiroz Filho (conhecido como Júnior e maior acionista individual da Hypermarcas), e os ex-sócios do banco mexicano Banamex, vendido ao Citigroup. Como permutante do terreno, a BHG teria direito a 30% do VGV do empreendimento, avaliado entre R$ 150 (US$ 88,2) e R$ 180 milhões (US$ 105,9 milhões).

Com a compra, a Stan passou a ser acionista majoritária do projeto, com 65% do negócio. Os outros 35% pertencem à SDI, empresa com vários negócios na Faria Lima - uma das avenidas com o metro quadrado mais caro de São Paulo, cujo potencial construtivo está esgotado. No terreno de frente para a Faria Lima está em construção um edifício corporativo de alto padrão com 20 mil m2 de área locável, com lajes de 800 a 1,6 mil m2. O terreno de trás - justamente o que foi negociado - terá um prédio de salas comerciais e um residencial com serviços, de 50 m2 a 80 m2. A previsão de lançamento é para março de 2011. A companhia - que reúne os ativos imobiliários de Júnior - vendeu R$ 400 milhões (US$ 235,3 milhões) este ano e pretende vender R$ 600 milhões (US$ 353 milhões) em 2011.

O negócio da JHSF reuniu os bancos Votorantim e Banco do Brasil para estruturar um fundo imobiliário para comprar a outra metade do prédio corporativo do Cidade Jardim. A primeira metade foi vendida para a Valia, fundo de pensão dos funcionários da Vale, em junho de 2009 por R$ 208,4 milhões (US$ 105,8 milhões). Na negociação atual, o fundo imobiliário comprou 22,7 mil m2 por R$ 265,7 milhões (US$ 156,3 milhões), o que representa R$ 11,7 mil (US$ 6,9 mil) por metro quadrado De acordo com o contrato, o valor total poderá ser aumentado em função do preço a ser obtido quando as unidades forem alugadas.

Segundo fontes de mercado, o fundo deve pagar cerca de 40% à vista, 10% na entrega e 50% mensais ao longo da obra. O empreendimento deve estar concluído em meados de 2012. O fundo imobiliário captou recursos com 1,4 mil cotistas das áreas private dos dois bancos. A JHSF teria conversado com compradores institucionais, mas optou por estruturar o fundo - veículo que tem sido usado por várias empresas para a venda de ativos. "Acreditamos muito nesse veículo", afirma Eduardo Câmara, diretor financeiro e de relações com investidores da JHSF.