Negócios de escritórios seguem em alta
Valor EconômicoO mercado de escritórios comerciais se mostrou aquecido no primeiro trimestre, em São Paulo, conforme as duas consultorias que já divulgaram seus levantamentos do período: Newmark Grubb Brasil e NAI Brasil. "Foi o melhor primeiro trimestre dos últimos dez anos em relação à absorção bruta", afirma o diretor de escritórios e varejo da consultoria NAI Brasil, Daniel Iannicelli, acrescentando que o desempenho foi "excepcional". A pesquisa da consultoria inclui edifícios dos padrões A+, A, B+ e B.
Na avaliação do diretor de transações da Newmark Grubb Brasil, Eduardo Cardinali, há tendência de alta, a partir do segundo semestre, os preços médios por metro quadrado dos escritórios comerciais dos padrões A e A+ em regiões consideradas prioritárias - Faria Lima, Vila Olímpia, Paulista e Juscelino Kubitschek. Em regiões com volume de estoque mais elevados, como Berrini e Chácara Santo Antônio, a expectativa do executivo é que seja necessário prazo maior para redução da vacância e consequente alta dos preços.
Considerando-se todas as regiões da cidade de São Paulo medidas pela Newmark (exceto Barra Funda), o preço médio mensal pedido foi de R$ 85,3 por metro quadrado. Se Barra Funda e Alphaville forem incluídas na composição do indicador, o preço médio cai para R$ 78,3. No quarto trimestre de 2017, o valor médio pedido era de R$ 88,6. A queda de preços resultou do novo estoque entregue com valores pedidos inferiores aos da média do mercado.
O novo estoque entregue somou 185 mil metros quadrados, segundo a Newmark, no total de oito empreendimentos, não ocupados no período. De janeiro a março, houve pequena alta da taxa de vacância, ante o trimestre passado, de 20,3% para 22,9%. Se considerada a ocupação em curso dos novos prédios, a vacância cairia para 20%, segundo Cardinali. Quatro deles já foram locados.
De acordo com a Newmark, a absorção bruta chegou a 75.508 metros quadrados. Descontando-se as áreas devolvidas, houve absorção líquida de 51.335 metros quadrados.
Nos cálculos da NAI, o novo estoque entregue ao mercado somou 170 mil metros quadrados no trimestre. A absorção bruta de escritórios dos padrões A+, A, B+ e B chegou a 151 mil metros quadrados. A absorção líquida foi de 120 mil metros quadrados.
"Quanto mais próximos estão as absorções bruta e líquida e o novo estoque, melhor o mercado está indo", diz Iannicelli. Segundo o executivo, no trimestre, 82% das áreas foram contratadas para expansão, como consequência da retomada da economia. Tecnologia, mercado financeiro e imobiliário (empresas de arquitetura, engenharia e de coworking) responderam por 65% do total.
De acordo com a NAI, a taxa de vacância no mercado paulistano de escritórios fechou em 21,2%, no fim de março, ligeiramente acima dos 21% do encerramento de 2017. O preço médio pedido por metro quadrado caiu de R$ 80,54 para R$ 77,66.
Segundo Iannicelli, no trimestre, 80% das operações foram fechadas na região centralizada - entre as avenidas Paulista e dos Bandeirantes. O preço médio pedido passou de R$ 96,38 para R$ 96,65 na zona centralizada, e a vacância caiu de 15,5% para 12%. Na região descentralizada, a vacância aumentou de 28% para 31,6%, e o valor médio pedido teve queda de R$ 69,5 para R$ 68,5.
"Temos mandatos de inquilinos para a contratação de 20 mil metros quadrados a 22 mil metros quadrados em São Paulo e de 25 mil metros quadrados no Rio de Janeiro", conta Iannicelli. Neste ano, a cidade de São Paulo deve receber mais 200 mil metros quadrados. A NAI projeta que este será um ano de novos recordes de absorções bruta e líquida, de 600 mil metros quadrados e 250 mil metros quadrados respectivamente.