03/04/07 11h50

Nec lucra mais com melhor portfólio

Gazeta Mercantil - 03/04/2007

Mesmo ausente dos segmentos do mercado de telecomunicações que registraram maior atividade no ano passado - redes celulares e aparelhos GSM -, a Nec ampliou sua rentabilidade de R$ 3,9 milhões (US$ 1,6 milhão) em 2005 para R$ 27,1 milhões (US$ 12,4 milhões) no ano passado, fechando 2006 com caixa de R$ 300 milhões (US$ 137,8 milhões), carteira de pedidos de mais de R$ 400 milhões (US$ 183,7 milhões) e ainda conseguiu manter os investimentos previstos para 2007 em R$ 18 milhões (US$ 8,3 milhões). O avanço do lucro líquido, porém, não é tão grande quanto parece. É preciso dele descontar o efeito do parcelamento da compensação da perda cambial que gravou o resultado da Nec por cinco anos, até o ano retrasado, e cujo efeito cessou em 2006. É importante ressaltar, porém, que houve evolução no lucro mesmo descontado o efeito, pois de R$ 22,9 milhões (US$ 9,4 milhões) em 2005 passou a R$ 27,1 milhões (US$ 12,4 milhões) em 2006. Para isso ocorrer, houve um trabalho forte na busca de um portfólio de maior rentabilidade, com negociação mais forte nas compras. Para este ano, a expectativa é de aumento que fique entre 15% e 20% nas vendas. Dividida em duas empresas com clientelas distintas - a Nec do Brasil (NDB) atende a operadoras de telefonia, e a Nec Solutions Brasil (NSB) é focada no mercado corporativo -, a subsidiária brasileira do grupo japonês que fatura US$ 40 bilhões em todo o mundo procura ampliar a atividade mais recente (a do cliente corporativo) e assim replicar no País a estrutura do Japão e que está também representada nos demais países onde a empresa atua. Em 2006, as vendas às teles ocuparam parcela de 70% do total, cabendo 15% à tecnologia da informação (TI) e 15% a dados. A perspectiva é, no próximo ano, reduzir a fatia das teles para 60% e aumentar as outras duas para 20%, e depois atingir o equilíbrio de 50% das teles e 50% da soma das duas. Na comparação com outros grandes grupos fornecedores do setor de telecomunicações, como Alcatel-Lucent, Ericsson, Motorola, Nokia-Siemens, a Nec exibe um modelo de negócio muito diferente. Os concorrentes operam em escalas grandiosas, com alto capital imobilizado, alto endividamento, grandes contingentes de funcionários e faturamento elevado. A Nec optou pela inovação e nela tem investido fortemente, aproximando-se do segmento das consultorias tecnológicas, como IBM e EDS, com fornecimentos de gestão e Internet.