Natura se alia a universidade para criar centro de pesquisa em inovação aberta
Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano será sediado na USP e contará com parceria da Fapesp e Unifesp e investimento de R$ 20 milhões
IGA Natura aposta na inovação aberta para avançar no competitivo setor de higiene e beleza, mercado no qual o Brasil é o terceiro maior, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Para a companhia brasileira, esse tipo de inovação tem sido estratégica principalmente porque compartilha descobertas e avanços no momento em que ocorrem. Além disso, outra vantagem é a divisão de custos de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
A remuneração de parceiros é variável, pode ser feita por meio de royalties para pesquisadores parceiros, pagamento por projeto, investimento em projetos. Essas associações são importantes também, pois o consumidor final está sempre à espera de novos produtos, com diferenciais tecnológicos que são aguardados até nas embalagens.
“Não dá mais para imaginar a Natura e qualquer empresa desse setor sem inovação, sem compartilhamento dos avanços tecnológicos que criam novos produtos para públicos que buscam cada vez mais uma boa experiência de consumo. A inovação aberta conta também com o engajamento dos consumidores, que participam do processo de elaboração”, diz Gerson Pinto, vice-presidente de Inovação da Natura, e também presidente Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).
Em 2014, a empresa investiu R$ 216 milhões, o equivalente a 3% da receita líquida anual (R$ 7.4 bilhões) em inovação, o que resultou R$ 216 milhões (crescimento de 19% em relação ao ano anterior). Os resultados elevaram o índice de inovação para 67,9% (percentual da receita proveniente de produtos lançados nos últimos dois anos) e promoveram mais de 200 lançamentos.
A empresa lança nesta quinta-feira (26) o Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano, que será sediado na Universidade de São Paulo, universidade que será parceria da empreitada ao lado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Esse centro tem uma caráter de transversalidade único. O investimento será de R$ 20 milhões, dividido igualmente entre Natura e Fapesp, com contrapartida equivalente das universidades”, afirma o vice-presidente de Inovação da empresa.
O novo centro de pesquisa contará com participação de cerca de 40 cientistas, de diversos institutos de Ciência e Tecnologia do Brasil, além de instituições internacionais como New York University e Washington State University. Segundo Gerson Pinto, os objetivos são a estruturação de uma base sólida de conhecimento, com áreas novas do conhecimento que têm avançado, como ciências biomoleculares, neurociência, psicologia positiva (promoção da felicidade e do bem-estar, mais preventiva e otimista) e social e ciências socioeconômicas.
“Hoje mais de 60% dos projetos de tecnologia são feitos a partir de parcerias com fornecedores, universidades e pesquisadores, cerca de 200 parceiros. Para nós, inovação não é ação pontual, faz parte da nossa estratégia, criamos valor compartilhado para quem faz inovação conosco”, afirma.