Natura é primeira 'sócia' do carro elétrico da CPFL
Furgão Kangoo, da Renault circula pelas ruas de Campinas entregando as mercadorias da empresa às revendedoras da marca
Correio Popular – CampinasA CPFL Energia conquistou a primeira parceira no projeto de uso do carro elétrico:a Natura. Desde este mês, um furgão Kangoo, da Renault, movido a energia elétrica, circula pelas ruas de Campinas entregando as mercadorias da empresa de produtos de beleza e higiene às revendedoras da marca. O uso de veículos elétricos faz parte do projeto de pesquisa da companhia campineira, que está inserido no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e tem investimento inicial de R$ 6,5 milhões. Os recursos podem chegar a R$ 25 milhões em cinco anos.
A CPFL também vai instalar uma rede de postos para o abastecimento dos veículos. A empresa instalou um ponto na transportadora responsável pelas entregas da Natura. A fabricante de produtos de beleza investe no transporte sustentável das suas mercadorias e utiliza ainda triciclos e bicicletas elétricas. A meta é ter uma frota que utilize combustíveis que poluam menos o meio ambiente. Em Campinas, além do carro elétrico, são usadas duas bicicletas elétricas.
O coordenador de Projetos de Transportes da Natura, Alencar Prates, afirma que a companhia tem o Programa Natura de Veículos Sustentáveis que promove uma série de ações para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2).
“A meta é incrementar a nossa frota com veículos que utilizem combustíveis menos poluentes. Buscamos projetos inovadores que possam contribuir com o projeto que a companhia estabeleceu no País. A inclusão de um carro elétrico é mais uma iniciativa para ampliar o uso de novas tecnologias que reduzam o impacto no meio ambiente”, diz.
Ele comenta que a estratégia para o uso dos veículos demanda analisar o fluxo de mercadorias, a quantidade de viagens e a rota. “Tudo depende do volume, da quantidade de consultoras a serem visitadas e da região. No centro de Campinas, utilizamos o carro elétrico. Em outros bairros é mais viável usarmos a bicicleta elétrica. O importante é que estamos incrementando a nossa frota com alternativas sustentáveis”, acentua o executivo.
Prates aponta que em Campinas há um carro elétrico e duas bicicletas elétricas atualmente em uso na frota. A parceria com a CPFL prevê que os carros elétricos serão disponibilizados em regime semelhante a comodato.
O executivo comenta que, além de reduzir as emissões de gás carbônico, a iniciativa também diminui o gasto com combustíveis. “O preço do carro elétrico ainda inviabiliza seu uso em larga escala. O projeto com a CPFL Energia está em fase experimental, mas a ideia é ampliar o uso futuramente. O consumo de um carro normal por mês é de 200 litros de combustível, cujo custo supera R$ 600,00. O gasto com o carro elétrico no mesmo período chega a R$ 30,00”, calcula. Ele reforça que a intenção não é substituir toda a frota por carros elétricos e, sim, complementá-la com os veículos.
O gerente de Sustentabilidade da Natura, Keyvan Macedo, ressalta os benefícios do uso de veículos alternativos. “A utilização das bicicletas elétricas colabora com a mobilidade urbana, além de ter impacto positivo para a redução da emissão de dióxido do carbono. Nosso objetivo é investir em inovação para garantir mais sustentabilidade nas nossas operações”, diz. A frota dos parceiros da Natura têm duas carretas movidas a etanol.
Expansão
O projeto da CPFL Energia prevê a instalação de 100 postos de recarga de energia para os carros elétricos. O gerente de Inovação da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti, afirma que até o final do ano a empresa pretende adquirir mais cinco veículos elétricos.
De acordo com a companhia, a frota atual tem três veículos Z.E. (Zero Emissão) da Renault, parceria da empresa no projeto de pesquisa. “Temos mais dois veículos já comprados. A primeira fase do projeto tem valor de R$ 6,5 milhões. Em cinco anos, os recursos devem chegar a R$ 25 milhões”, comenta. O executivo diz que a autonomia dos veículos é de entre 150 e 200 quilômetros.
Lazzaretti afirma ainda que a pesquisa servirá para mostrar a evolução do uso dos carros elétricos e quais são as medidas necessárias para viabilizar em larga escala a utilização dos veículos. Ainda não há produção nacional de carros elétricos e a importação tem um alto custo por causa dos impostos.
O estudo também deve apontar ações governamentais que permitam baratear o valor dos veículos. “Faz parte da pesquisa dimensionar quais são as ações necessárias para viabilizar a aquisição dos veículos. O imposto de importação é muito elevado”, comenta.
O executivo ressalta que a utilização de veículos elétricos é difundida em outros mercados como onorte-americano e o europeu.“Ainda há muito para avançar no Brasil. Nos Estados Unidos, há mais de 70 mil carros elétrico sem uso”, diz.