13/09/07 10h44

Na agricultura, o melhor dos mundos

O Estado de S. Paulo - 13/09/2007

A situação do setor agrícola é bastante positiva. Tanto os preços como a produção estão em alta - o que raramente é concomitante. Anteontem, o IBGE divulgou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola referente a agosto, prevendo que a safra anual atingirá 133,8 milhões de toneladas, 0,3% superior à previsão de julho e 14,3% acima da produção de 2006. De um total de 25 cereais, leguminosas e oleaginosas, 17 deverão registrar produção em alta comparativamente a 2006. É o caso da soja, da cana-de-açúcar, do milho, do feijão, da batata, do trigo e do algodão. As Regiões Sul (com participação de 44,7%) e Centro-Oeste (33,3%) serão muito beneficiadas, com destaque para os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. O aumento da renda agrícola abre espaço para que os produtores aumentem investimentos, elevem a produtividade e ampliem a oferta de bens. Mas até que este ciclo virtuoso se complete - o que deverá levar alguns meses, estendendo-se, provavelmente, até o início de 2008 -, os preços tendem a continuar bons para os produtores e ruins para os consumidores, que já enfrentam a alta do custo de vida. Em 2007, os alimentos estão sendo os grandes responsáveis pela pressão sobre os índices de preços. As consultorias econômicas que fornecem dados para a Pesquisa Focus, do Banco Central, já elevaram as projeções de inflação de 2007 para 3,99%, ante 3,92% no levantamento anterior. Indícios de desaceleração de preços do leite e da carne já surgem, mas são tênues. Alimentos caros absorvem parte importante da renda dos trabalhadores, obrigando-os a conter outras despesas. A situação ideal para o equilíbrio macroeconômico é de mais produção com menores preços.