08/03/12 11h38

Municípios são alvo de novo centro da Ericsson

Valor Econômico

A Ericsson inaugura neste mês um centro de inovação e pesquisa no Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde atuará como empresa-âncora do Centro de Tecnologia da Informação, Comunicação e Multimídia, que está sendo instalado no local.
 
O novo centro será um espaço voltado para o desenvolvimento de tecnologias específicas por meio de parcerias entre empresas-âncora, universidades e entidades de pesquisa.

Inaugurado em 2006, o parque abriga quatro centros de desenvolvimento tecnológico, que contam com empresas-âncora do porte da Embraer, Vale Soluções em Energia (VSE) e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), além de instituições de ensino e pesquisa, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

A seleção da Ericsson para integrar o complexo foi feita por meio de uma chamada pública, da qual participaram várias empresas, segundo o diretor do parque, José Raimundo Coelho. Procurada pelo Valor, a assessoria de imprensa da Ericsson informou que os executivos autorizados a falar sobre o projeto estavam em viagem e que a empresa só comentaria o assunto na inauguração, marcada inicialmente para o dia 20, segundo Coelho.
 
O centro da Ericsson será dedicado ao desenvolvimento de tecnologias de softwares de gestão de municípios. São tecnologias que permitem que as cidades sejam administradas e monitoradas por meio de softwares inteligentes. O público-alvo são os municípios brasileiros.

O desenvolvimento tecnológico será feito em parceria com as diversas instituições já atuantes no local, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ITA e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A Ericsson ficará localizada em uma área de 400 metros quadrados dentro do parque. A previsão é que, numa primeira fase, cerca de 15 profissionais, entre engenheiros e pesquisadores, integrem a equipe da empresa.
 
O parque também abrigará uma unidade do Senai, que pretende instalar no local uma escola de qualificação em aeronáutica e um instituto de pesquisa em aeronáutica e defesa. A unidade, planejada para ocupar 20 mil metros quadrados de área disponível, será o maior centro de ensino aeronáutico do hemisfério Sul, segundo o diretor do parque. Sua expectativa é de oferta de 6 mil vagas por ano.
 
Segundo Coelho, nos próximos anos será implantado o parque das universidades, que terá oito entidades de ensino distribuídas em uma área de 400 mil metros quadrados.
 
Ainda neste mês a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) inicia suas atividades no complexo, onde, além de implantar um campus avançado, vai promover um curso de especialização em manutenção aeronáutica. O curso visa atender a uma demanda antiga das empresas do setor, como Embraer, Helibras e as companhias aéreas. Com prazo para início ainda neste mês, o curso se estenderá até outubro do próximo ano. As aulas serão ministradas aos sábados e a grade é composta por 12 disciplinas.
 
A Unifei é a terceira instituição pública de ensino superior a se instalar no parque de São José. O complexo já abriga uma unidade da Faculdade de Tecnologia (Fatec) e sediará o futuro campus da Unifesp, que programou investimento de R$ 70 milhões na construção das novas instalações. A previsão é de que a unidade seja inaugurada em meados do próximo ano.
 
Outro projeto estratégico do parque, para a instalação de novas empresas, acaba de ganhar um reforço com a aprovação de uma verba de R$ 13,5 milhões, dos quais cerca de R$ 7 milhões virão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e R$ 6 milhões da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo).
 
"Os recursos serão aplicados na construção de um segundo centro empresarial, que terá uma área de 10 mil metros quadrados, o dobro do espaço do primeiro centro", disse Coelho. No mês passado, duas empresas anunciaram que instalarão unidades no local: a Compsis, especializada no desenvolvimento e implantação de sistemas e softwares com operações críticas, além de sistemas de transporte; e a Imagem, de sistemas de inteligência geográfica.
 
O primeiro centro abriga 25 empresas de pequeno e médio portes dos setores de tecnologia da informação e comunicação, instrumentação eletrônica, geoprocessamento, aeronáutica e biomedicina. O segundo tem capacidade para cerca de 50 empresas e laboratórios.