07/01/10 12h01

Múltis avaliam captar no Brasil

Valor Econômico

Depois do sucesso da emissão pública inicial de ações do Santander no Brasil, filial do banco espanhol, outras companhias estrangeiras avaliam entrar na onda e buscar sócios para suas subsidiárias no mercado de capitais brasileiro. A ideia é atrair o investidor interno e principalmente o externo pela perspectiva de crescimento do Brasil, maior do que dos países da matriz dessas empresas, além de se aproveitar de preços comparativamente mais favoráveis na bolsa de São Paulo do que nas bolsas dos países ricos. Os setores de infraestrutura, instituições financeiras, commodities, varejo, imobiliário e de bens de consumo em geral, que mais tendem a se beneficiar da expansão econômica brasileira, deverão ser os mais ativos, acreditam os bancos.

Um nome já certo a fazer uma oferta pública de ações é o da subsidiária da companhia francesa Louis Dreyfus Commodities, que comprou a Santelisa Vale. Outra companhia citada pelos bancos e advogados é a americana Avon. As instituições financeiras não quiseram comentar o assunto, mas o Valor apurou que o Credit Suisse e o BTG Pactual se preparam para assessorar uma estrangeira do setor de navegação marítima que pretende emitir ações na bolsa do Brasil. Também foram citados a hispano-argentina Repsol, a portuguesa Galp e a holandesa Makro.

Um outro nome bastante óbvio para lançar papéis no país seria o francês Carrefour, que foi procurado por todos os bancos de investimento com propostas as mais distintas nesse sentido. O grupo, no entanto, parece estar com caixa de sobra e não pretende realizar o negócio neste momento, conforme tem sinalizado aos escritórios de advocacia e instituições financeiras.

No setores industrial, de energia, de telecomunicações e financeiro, a relação preço/lucro no mercado de ações brasileiro é até mais favorável do que na China, segundo estudo da Itaú Securities. "Com o grau de investimento obtido pelo Brasil e o sucesso do país em meio à crise, há inúmeros fundos de todo o mundo buscando alternativas para ampliar seus investimentos no mercado de ações brasileiro", diz Guilherme Paes, responsável pelo banco de investimento do BTG Pactual. "As subsidiárias de empresas estrangeiras no Brasil são uma boa alternativa de diversificação para esses fundos", comenta ele.