Multinacional com sede em Sorocaba desenvolve bateria de baixa tensão
Para chegar ao projeto da Na-ion, Clarios integrou química, eletrônica, software e diagnóstico das necessidades dos automóveis
Cruzeiro do Sul“Os veículos terão mais avanços nos próximos dez anos do que nos últimos cem.” Com essa frase, Alex Pacheco, vice-presidente e gerente geral da Clarios no Cone Sul, anunciou que a empresa está desenvolvendo uma bateria de íons de sódio (Na-ion) de baixa tensão para a indústria automotiva. A fabricante apresentou a novidade à imprensa no evento Moldando o Futuro da Mobilidade, realizado ontem (27), em São Paulo. Federico Morales-Zimmermann, vice-presidente e líder global de equipamentos originais, produtos e engenharia, também esteve presente. A sede mundial da empresa está localizada no Distrito Industrial de Sorocaba, onde a bateria poderá vir a ser produzida.
O novo modelo, de até 60 volts, está em fase de estudos pela fabricante, em parceria com a Altris, empresa sueca especializada em tecnologia de íons de sódio. A expectativa é de que ele chegue ao mercado dentro de cinco anos.
Segundo Alex Pacheco, à medida que os veículos deixam de ser apenas mecânicos e se tornam cada vez mais tecnológicos (híbridos e elétricos), as baterias precisam ser adaptadas para suportar a complexidade dos novos recursos e atender à demanda de energia.
Pacheco informou que a indústria automotiva trabalha com três principais tendências — eletrificação, digitalização e circularidade. Atenta a isso, a Clarios iniciou a criação de um componente para cumprir esses aspectos. Para chegar ao projeto da Na-ion, a multinacional integrou química, eletrônica, software e diagnóstico das necessidades dos automóveis sofisticados.
Baterias de íon podem, inclusive, ser usadas nos chamados sistemas de baixa tensão, que consiste na instalação de várias em um veículo. Conforme Pacheco, elas garantem o bom funcionamento do automóvel em si e de todos as funcionalidades geridas por softwares nele presentes.
Além da eficácia superior, o modelo oferece maior segurança. Por conta das matérias-primas com as quais é fabricado — sal, madeira, ferro e ar, todas recicláveis —, é considerado, também, mais econômico e sustentável. “São elementos abundantes, de fácil obtenção, de fácil reciclagem e com grande potencial energético”, informou Pacheco.
De acordo com ele, oferecer um componente com essa característica fomenta a circularidade cada vez mais praticada pela indústria automotiva em geral, bem como amplia a sustentabilidade dos veículos elétricos e híbridos. “Estamos tomando muito a perspectiva do cliente, do que ele precisava, e desenvolvendo soluções que sejam viáveis, responsivas e, principalmente, sustentáveis”, reforçou.