26/08/10 14h48

Mudanças tecnológicas aquecem mercado de centros de dados no país

Valor Econômico – 26/08/10

A necessidade de administrar grandes volumes de informações, dentro da chamada "computação em nuvem", aqueceu o mercado de centros de dados. No ano passado, várias empresas ampliaram seus espaços ou inauguraram novas unidades, como o UOL, que se uniu à DHC para oferta de hospedagem e outros serviços.

A Aceco TI, fornecedora de equipamentos para centros de dados, prevê um crescimento entre 35% a 45% em sua receita. O presidente da companhia, Jorge Nitzan, aponta o aquecimento da economia brasileira e as mudanças tecnológicas como as responsáveis por esse movimento no mercado. "A virtualização de servidores - pela qual um equipamento compartilha diversos sistemas operacionais - e a computação em nuvem contribuíram para o aumento da demanda por serviços nos centros de dados." A Aceco TI, por exemplo, está envolvida em 47 projetos de centros de dados neste ano, incluindo grandes empreendimentos como o da T-Systems, em Barueri, na Grande São Paulo.

Segundo Nitzan, hoje não há dificuldade em adquirir grandes espaços para instalar os centros de dados. O que faz com que muitos clientes prefiram terceirizar serviços é a dificuldade em conseguir energia suficiente das concessionárias elétricas para climatizar o ambiente, além da falta de infraestrutura de telecomunicações com fibras ópticas. Em um estudo sobre a terceirização de serviços, a consultoria AT Kearney prevê que o segmento crescerá dois dígitos nos próximos três anos. "Temíamos que fosse uma bolha, mas a pesquisa mostrou que a demanda é contínua", afirma Nitzan.

O executivo identifica dois movimentos: a montagem de centros de dados para prestar serviços a terceiros, caso da T-Systems, de São Paulo, e da Ativas, de Minas Gerais, e o investimento de empresas montando seus próprios centros de dados, como Sonda Procwork, Banco do Brasil e Polícia Federal, em Brasília. A Aceco TI, que emprega 400 pessoas, teve receita de R$ 210 milhões (US$ 106,6 milhões) no ano passado. Neste ano, projeta alcançar R$ 310 milhões (US$ 177,1 milhões).