30/01/13 14h45

Movimento em aeroportos regionais de SP cresce 10%

Valor Econômico

O movimento de passageiros nos 31 aeroportos regionais de São Paulo cresceu 10% em 2012, quando 2,832 milhões de passageiros foram transportados, ante os 2,573 milhões em 2011, segundo o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp).

Entre os aeroportos da aviação comercial que tiveram maior crescimento estão o de Bauru (83%), Marília (43%) e Araçatuba (30%). Já Ribeirão Preto, o de maior movimento, teve queda de 3,4% no fluxo de passageiros após a Gol comprar a Webjet e encerrar as operações na cidade.

Em 2011, a Webjet lançou onze frequências a partir de Ribeirão Preto e adotou estratégia agressiva de preços, que concorriam com a regional Passaredo Linhas Aéreas, com base em Ribeirão, seu centro de distribuição de passageiros. A Passaredo entrou em recuperação judicial em outubro de 2012 e reduziu parte de suas operações.

Já a união de Azul e Trip, principais operadoras das cidades do interior paulista, ainda não resultou em encerramento de frequências. "Por enquanto, não temos essa sinalização. Um ou outro voo que se sobrepõe pode ter fusão de horário, mas as companhias possuem voos em horários e com preços competitivos", disse o superintendente do Daesp, Ricardo Volpi.

Dessa forma, Volpi projeta que o crescimento na movimentação de passageiros dos 31 aeroportos administrados pelo órgão chegue a 7% em 2013. "Depois do boom de 2011, quando o crescimento chegou a 43,5% em relação a 2010, o mercado se acomoda, com tendência de aumentos graduais".

Em 2013, além das seis cidades do interior paulista que recebem voos comerciais, Araraquara, Franca e Votuporanga podem ganhar voos regulares, após reforma das pistas e construção de novos terminais de passageiros.

Volpi comenta que o pagamento de 50% da oferta de aeronaves de até 50 lugares, para as empresas regionais prometido pelo governo federal, vai ajudar o mercado.

A verba para reforma e ampliação dos aeroportos, também previsto em pacote lançado pela presidente Dilma Rousseff, ainda é vista de forma reticente pelo superintendente do Daesp. "Por enquanto está no discurso e está muito incipiente, mas se oferecerem recursos é sempre interessante".

Os principais aeroportos são alvos de estudo, com duas alternativas, concessão ou gestão pela iniciativa privada por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Neste ano, os terminais ainda podem receber incentivos por meio do pacote de aviação regional.

O crescimento, segundo o governo de São Paulo, é reflexo das melhorias em infraestrutura e modernização dos aeroportos. Em 2011 e 2012 foram investidos R$ 70 milhões por ano em obras como ampliações de pistas e pátios e construção e ampliação de terminais de passageiros. O montante é mais do que três vezes superior ao valor investido nos anos anteriores, que chegava a cerca de R$ 20 milhões anuais em média. Em 2013, os investimentos previstos também chegam a R$ 70 milhões.

Entre os aeroportos com foco na aviação geral (executiva, taxi aéreo), Sorocaba - um dos mais próximos da capital - foi o que recebeu o maior volume de passageiros, com 77,7 mil usuários em 2012, crescimento de 0,8% ante 2011. 

As outras cidades com aeroportos executivos, que compõe o chamado "anel aéreo" em torno da capital, tiveram maior crescimento: Amarais, em Campinas (26,7%), Bragança Paulista (26,2%) e Jundiaí (5,8%). "Desde que houve redução de voos executivos em Congonhas essas aeroportos passaram a ser mais demandados", afirma. Volpi.

Ele minimiza o impacto nos aeroportos do Daesp vindo da autorização do governo federal para que empresas privadas passem a explorar aeroportos de aviação executiva. "Não atrapalha, tem espaço para todo mundo. Não queremos concorrer com iniciativa privada", afirmou Volpi.

Com a melhora do movimento e ampliação das operações comerciais - com aumento de aluguel de hangares e de espaços comerciais nos aeroportos, o Daesp teve em 2012 seu primeiro lucro na história, de R$ 3,5 milhões.