13/04/11 14h24

Motorola inicia produção local do Xoom

Valor Econômico

Mesmo sem incentivos fiscais, a Motorola Mobility começou a fabricar no interior de São Paulo o tablet Xoom (lê-se "zum"). Segundo Sergio Buniac, gerente-geral da empresa no Brasil, a produção começou há cerca de 10 dias. A previsão é de que os primeiros equipamentos cheguem às lojas nas próximas duas semanas. O aparelho é uma das grandes apostas da empresa em seu processo de recuperação. Depois de uma reorganização que durou quase três anos, a Motorola anunciou, em janeiro, sua divisão em duas companhias: a Motorola Solutions ficou responsável pelos negócios de redes de comunicação e com empresas, enquanto a Motorola Mobility assumiu as atividades relacionadas aos dispositivos móveis e decodificadores de TV.

Lançado em janeiro, o Xoom começou a ser vendido nos Estados Unidos no fim de março por US$ 600 com conexão Wi-Fi. No Brasil, o equipamento também será vendido na versão 3G. Segundo Maurizio Angelone, vice-presidente e gerente-geral de negócios e produtos móveis na América Latina, o país será o primeiro do mundo a receber esse modelo. "Vamos lançar em outros países nas próximas semanas, mas achamos importante trazer para o Brasil antes", disse o executivo ao Valor. Sem contrato com operadoras, o Xoom custará R$ 1,9 mil (US$ 1,19 mil) na versão Wi-Fi e R$ 2,3 mil (US$ 1,4 mil) no modelo Wi-Fi e 3G. Ontem, em São Paulo, a companhia anunciou também o lançamento do smartphone Atrix no país. O preço do aparelho sem contrato com operadoras não foi divulgado pela companhia.

De acordo com Giuseppe Marrara, diretor de relações governamentais da companhia, inicialmente o Xoom será fabricado no país sem nenhum incentivo fiscal. A decisão foi tomada enquanto o governo não publica uma política de isenções específica para os tablets. O executivo diz acreditar que a divulgação das regras pode acontecer em aproximadamente um mês. Segundo ele, a proposta caminha de forma acelerada pois tem apoio político dos ministros das comunicações, Paulo Bernardo, da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A última barreira, segundo Marrara, é a publicação do texto pela Receita Federal.

Sobre a importância da América Latina e do Brasil nos resultados da companhia, o indiano Sanjay Jha, executivo-chefe da Motorola, em sua primeira visita ao Brasil, afirmou que a região está ao lado dos Estados Unidos e da China na lista de prioridades desde 2008, quando assumiu o cargo. Em 2010, a América Latina representou 11% das vendas da companhia. Os principais mercados são Brasil, México e Argentina. Apesar de ter entre suas prioridades o lançamento de novos tablets, Jha disse acreditar mais no sucesso do mercado de smartphones no longo prazo. "A margem de lucro nos tablets vai se aproximar muito das dos PCs em menos de cinco anos [cerca de 3%]. Nos smartphones, as pessoas estão dispostas a pagar mais por aparelhos que tenham mais funções, porque elas dependem deles no dia a dia", diz.